O Shopping Popular de Cuiabá retomou as atividades depois de cerca de 90 dias com as portas fechadas. Diante da crise financeira causada pela pandemia da Covid-19, muitos comerciantes acabaram não retornando para atendimento no local. Os que resistiram em meio às dificuldades se dizem otimistas com as vendas.
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De acordo com uma pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 522,7 mil empresas de um total de 1,3 milhão encerraram suas atividades, temporária ou definitivamente, na primeira quinzena de junho. No Centro-Oeste, 76% permaneceu aberta, 14% fechada temporariamente e 10% definitivamente no mesmo período.
O presidente do shopping popular, Sivaldo Francisco Ferreira disse em entrevista ao
Olhar Agro & Negócios que muitos lojistas estavam sofrendo com o fechamento de suas lojas. Com a retomada, ele garante que todos os cuidados de biossegurança estão sendo tomados.
“Fomos orientados pela Secretaria de Ordem Pública para repassar informações sobre distanciamento, a fornecer álcool em gel, fazer medição da temperatura corporal e cobrar uso de máscara”, esclareceu.
Sivaldo acrescenta que as informações foram repassadas através do sistema de som interno do Shopping, em grupos de WhatsApp e diretamente aos associados e clientes.
Sobre a queda na movimentação, o presidente diz que ainda há medo. “Os nossos clientes de modo geral estão amedrontados com a Covid-19. Isso não deixa de atrapalhar no contexto geral”.
Pelos corredores do local, é possível observar que muitos comerciantes não reabriram as portas. O que é confirmado por Sivaldo. “Tivemos algumas baixas. Voltamos com cautela e alguns não reabriram para retornar futuramente”, ponderou.
Apesar disso, o presidente acredita que a pandemia fez muitos lojistas se reinventarem. “Com tudo isso, os comerciantes estão usando a criatividade, reinventando, até porque precisamos sobreviver, não só na questão da saúde, mas na questão financeira também”.
Foi o caso de João Ricardo Alves, proprietário da Conexão Imports, loja de eletrônicos que aderiu ao sistema delivery durante a pandemia, o que gerou retorno positivo.
Sobre o atendimento presencial, ela acredita que a movimentação seja a mesma, porém houve redução de 40% no faturamento.
“O movimento é o mesmo. O que a gente sentiu é que o poder de compra não é o que vinha sendo antes da pandemia. A gente vê a vontade dos clientes de estarem visitando o comércio da gente, mas o faturamento caiu cerca de 40%”, explica.
O funcionário de uma loja de eletrônicos, que preferiu ser identificado, relatou queda nas vendas. Apesar disso, demonstrou otimismo. “Teve uma queda, não está como antes, mas aos poucos as pessoas vêm a procura de alguma coisa que precisam comprar. Vai demorar um certo tempo, mas acredito que a gente vai passar por isso”, disse.
Assim como a Conexão Imports, o box do trabalhador aderiu ao sistema de entregas para conseguir manter o faturamento.
Conforme Decreto Municipal, o Shopping Popular pode funcionar de segunda à sábado, das 09h às 17h, vedado o funcionamento aos domingos e feriados.