O diretor administrativo da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Diego Bertuol, defendeu a industrialização para que as matérias-primas produzidas no estado sejam valorizadas e gerem vagas de emprego. Isso resulta em um maior imposto recebido pelo estado que pode investir em infraestrutura.
Leia também
Diretor da Aprosoja-MT crê em aumento das exportações com 'tarifaço' de Trump e critica falta de respaldo de políticas nacionais
Mato Grosso lidera na produção de soja e milho do país. Além disso, também lidera o posto com o maior produtor de etanol de milho. Segundo Bertuol, a industrialização do estado traz valorização para os produtos mato-grossenses.
"Nós precisamos cada vez mais industrializar o nosso estado. Não pegar commodity, a matéria-prima, seja soja, seja milho, seja algodão, e mandar embora. Nós temos um exemplo que é a Inpasa, que antes dela entrar, nós tínhamos um preço natural de R$ 10, R$ 15 reais por saca de milho. E hoje nós estamos falando em R$ 48, R$ 50", disse.
O diretor administrativo ressaltou que a valorização das matérias-primas também resulta em um maior imposto para o estado, que pode melhorar a infraestrutura, principalmente do setor viário que é o principal usado em Mato Grosso.
"Antes, nós pegávamos e deixávamos aqui para o estado, R$ 100 milhões de impostos. Após a Inpasa, a FS entrar e fazer a industrialização, fazer DDG, fazer o etanol, fazer o álcool, nós passamos mais de 1 bilhão e 500 milhões de reais que ficam no estado de impostos. E isso é revertido em toda a parte socioeconômica de todos os municípios. Não só nos maiores, como Sinop, como em todos os menores em sua volta. Mas claro, a gestão do Mauro Mendes trouxe um suspiro, um crescimento para o produtor rural.", ressaltou.
Nesta semana, uma missão internacional articulada pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Mato Grosso (Sedec) marcou um passo estratégico rumo à abertura do mercado chinês para o DDG – subproduto da indústria de etanol de milho, utilizado como suplemento proteico na alimentação animal. O movimento pode redefinir o futuro da cadeia produtiva no estado, maior produtor nacional de etanol à base de milho.
A articulação começou na China, com a servidora pública estadual Ariana Guedes, que atua no país asiático. Foi ela quem recebeu o contato inicial do grupo Donlink, gigante chinesa do setor agroindustrial, interessada na importação de pulses – como gergelim e feijões – e, principalmente, do DDG mato-grossense. A partir desse contato, a Sedec passou a intermediar a missão da empresa ao Estado, com apoio do IPIM, Instituto chinês de promoção comercial da região de Macau.
A comitiva da Donlink desembarcou em Cuiabá no domingo (13) e, em apenas três dias, visitou instalações, conheceu o setor produtivo e firmou três memorandos de entendimento, com a própria Sedec, com a Associação dos Cerealistas de Mato Grosso (Acemat) e, por fim, com a Bioind (Associação das Indústrias de Bioenergia de Mato Grosso), este último assinado nesta quarta-feira (16), com a presença do secretário César Miranda.