Devemos ter um pouco de cuidado com relação à taxa do dólar nos negócios de soja e milho. Nem sempre isto é vantajoso para o produtor, que precisa estar atento a todas as mudanças e nuances do mercado.
Já é sabido por todo o mercado que os produtores brasileiros de soja e milho vendem quantidades significativas de produtos quando o dólar no Brasil se valoriza. Esta atitude deveria ser repensada, porque em 99% dos casos, quando isto acontece (o aumento da taxa do dólar) as cotações dos produtos em dólares está depreciada.
Significa que ele está recebendo mais em reais, mas os valores em dólares são menores porque os especuladores que operam na Bolsa de Chicago já desenvolveram um algoritmo que dispara ordens de venda automáticas cada vez que o dólar sobe no Brasil. Ocorre que eles sabem que os produtores brasileiros, nestas ocasiões, vendem grandes quantidades de soja e milho que obrigam as Tradings a vender em Chicago (operações de Hedge) derrubando as cotações.
Outra coisa que deve ser observada é que a grande maioria dos custos de produção no Brasil são dolarizados, significa que quando o dólar sobe os preços em reais ficam mais caros. Exemplificando, o produtor tem aumento nos insumos como fertilizantes, defensivos agrícolas, calcário, diesel, dentre outros essenciais para garantir a produção.
O ideal para fazer uma boa comercialização é fixar o preço com a Trading (EM DÓLARES) em momento em que a bolsa esteja operando em alta e, aguardar para fixar o dólar (transformar aquela venda feita em dólares para reais) no momento em que o dólar estiver operando em alta no Brasil.
Em suma é dividir a venda em dois momentos.
João Augusto Birkhan é empresário e contador com vasta experiência no setor produtivo quando o assunto é mercado e logística de exportação de grãos e CEO do SIM Consult
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