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Quinta-feira, 02 de maio de 2024

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Cenários para 2035

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Saiu novo relatório da Agência Internacional da Energia, o World Energy Outlook, prevendo aumento de 14% na demanda mundial de petróleo até 2035, para 99,7 milhões de barris diários. Nesse ano, o barril bruto de óleo importado estará custando US$ 125 (em média, US$ 107 este ano), mais que os US$ 120 previstos no relatório do ano passado. Nesta segunda, dia 12, fechou a US$ 109 em Londres e a US$ 85 em Nova York.

Diz a AIE que o pico do consumo de petróleo será atingido antes de 2020 e depois entrará em queda, que chegará em 2035 a um nível equivalente à produção atual somada da Rússia e da Noruega.

Quanto ao gás natural, a AIE prevê demanda 50% maior, até 2035, para 5 trilhões de metros cúbicos. Quase metade desse aumento virá dos EUA, da Austrália e da China.

Os EUA vão superar a Arábia Saudita como maior produtor mundial de petróleo até 2017, com aumento na produção de petróleo e de gás de xisto rumo à autossuficiência em energia. No ano passado, a AIE ainda acreditava na Arábia Saudita como maior produtor até 2035. E, já em 2015, os EUA poderão ultrapassar a Rússia como maior produtor de gás, tornando-se exportador líquido de gás natural até 2020.

O primeiro posto dos EUA será acompanhado por aumento em toda a América do Norte, incluindo México e Canadá, via novas tecnologias, e, a partir de 2030, o continente será exportador líquido de petróleo. Diz a agência haver um trabalho firme para alcançar a a eficiência energética, "tão importante quanto o fornecimento de energia sem restrições, visando formar uma política energética unificadora de múltiplos benefícios". No caso dos EUA, as importações de petróleo tendem a cair em 6 milhões de barris por dia nos próximos dez anos, até recuar a 4 milhões de barris por dia, diz mais.

A agência também menciona "um salto na produção em águas profundas no Brasil" como fator de aumento na produção fora da Opep após 2015 (de 49 mbd em 2011 para 53 mbd nesse ano e nos seguintes até em meados dos anos 2020, baixando em seguida para 50 mbd em 2035.

A parcela da Opep no abastecimento global de óleo subirá dos atuais 42% para cerca de 50% nesse ano, mas até lá, a matriz energética terá mudado, com menor peso para os combustíveis fósseis. O Iraque, que responde por 45% do crescimento da produção mundial de petróleo até 2035, será o segundo maior exportador mundial de petróleo, ultrapassando a Rússia.

A demanda global por óleo e gás crescerá mais na China, na Índia e no Oriente Médio e menos nos países da OCDE, com mudança acentuada para energias renováveis. É que, segundo a AIE, são firmes as decisões políticas visando fontes de baixa emissão de energia.

No capítulo de Novas Políticas, diz o relatório que a expansão de 21% na demanda carvão está fortemente focada na China e na Índia. A energia nuclear perde espaço, com revisão de políticas nacionais após o acidente em Fukushima Daiichi. Entretanto, segue firme em países como China, Coréia, Índia e Rússia.

A energia hidrelétrica e os biocombustíveis devem crescer, com maior expressão das energias renováveis, que passarão para o segundo posto de geração, em 2015. Diz a AIE que elas podem eliminar o uso de carvão como fonte primária até 2035. No entanto, isso dependerá de ações e recursos públicos contínuos. Em 2011, esses subsídios (incluindo para os biocombustíveis) somaram US$ 88 bi e a necessidade até 2035 é estimada em US$ 4,8 tri, dos quais mais da metade já comprometida em projetos em curso.

ONDE ESTAMOS E PARA ONDE VAMOS


Nesta terça-feira, 13, a FGV lança dois indicadores para acompanhar o mercado de trabalho: o Indicador Coincidente de Desemprego, que monitora a evolução contemporânea da taxa de desemprego, e o Indicador Antecedente de Emprego, que antecipa, via combinação das séries da Sondagem da Indústria, Serviços e Consumidor, os movimentos da população ocupada nos próximos meses.

Já nesta terça será divulgado o primeiro ICD, referente a outubro, formado, basicamente, a partir da Sondagem do Consumidor sobre o sentimento do brasileiro em relação à oferta de emprego.

Aloisio Campelo, superintendente adjunto de ciclos econômicos do Instituto Brasileiro de Economia, da FGV, diz, em nota à imprensa que "a ideia dos novos indicadores surgiu da percepção dos consumidores e das empresas ouvidas pela equipe de sondagens quanto à oferta de emprego e a contratação de trabalhadores, respectivamente. Notamos que os indicadores criados a partir das observações desses grupos geravam resultados bem parecidos com os das estatísticas tradicionais sobre o mercado de trabalho, com a vantagem que as sondagens são divulgadas mais rapidamente e dão sinalização para os meses à frente."

A divulgação estará a cargo do pesquisador da área de Economia Aplicada, Fernando de Holanda Barbosa Filho.

JAPÃO EM RECESSÃO?
O PIB anualizado do Japão se contraiu em 3,5% no terceiro trimestre, o primeiro negativo do ano e o pior desempenho desde o terremoto de março 2011, por conta de recuo em exportações, consumo e investimento. No período julho-setembro, queda real de 0,9%, depois de alta de 0,3% no anterior. Para o governo japonês, é possível que o país esteja em recessão.

PIB do Brasil
O PIB do Brasil, segundo analistas do mercado financeiro ouvidos no boletim Focus, divulgado todas as segundas-feiras pelo Banco Central, vai crescer 1,54% este ano e 4% no seguinte - como na edição anterior. Para a produção industrial, aumentou o recuo previsto para este ano (de 2,31% para 2,32%) e diminuiu a expansão esperada para o próximo (de 4,15% para 4,10%).

Brasil vai bem
Segundo o indicador antecedente de atividade econômica dos 34 países membros da OCDE, a posição do Brasil melhora: subiu de 99,4 para 99,5 pontos, entre agosto e setembro. A dos EUA passou de 100,8 para 100,9; a da China continuou em 99,4 e a do Canadá, em 99,7.

Juros
A reunião do Comitê de Política Monetária de 27 e 28 deste mês vai manter a Selic em 7,25% ao ano e, a o final de 2013, a taxa está no mesmo nível - antes, esperava-se alta para 7,63% anuais.

Dólar
Quanto ao dólar, o Focus manteve a estimativa de cotação, ao final deste ano, de R$ 2,02 e de R$ 2,01 em 2013. A previsão para o saldo comercial subiu de US$ 18,2 bi para US$ 18,9 bi este ano e de US$ 15 bi para US$ 15,4 bi em seguida.

Mais
Outras previsões: a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB segue em 35,2% e 34%, nos dois anos. O déficit em transações correntes deste exercício baixou de US$ 55,7 bi para US$ 55 bi e de US$ 65,9 bi para US$ 66,3 bi em 2013. A previsão de ingresso de investimento estrangeiro direto manteve-se em US$ 60 bi em cada ano.

Inflação 1
Voltou a crescer a expectativa de inflação, no Focus: o IPCA fechará 2012 em 5,46% (antes, em 5,44%). Para 2013, a projeção foi mantida em 5,40%. As projeções para os IGPs caíram: no IGP-DI, o ano termina em 7,81% (antes, em 8,34%) e no IGP-M, em 7,60% (antes, em 7,92%) Para 2013, a estimativa para o IGP-DI recuou de 5,17% para 5,16% e, para o IGP-M, subiu de 5,16% para 5,17%.

Novembro & dezembro
O cálculo para o IPCA de novembro caiu de 0,51% para 0,50%. Para dezembro, caiu de 0,52% para 0,51%. O dólar fecha novembro em R$ 2,03.

Classe C
Saiu o Índice de Preços ao Consumidor - Classe 1, para famílias com renda de até 2 mínimos e meio: alta de 0,59% em outubro, acumulando 7,22% em 12 meses. O IPC Brasil foi de 0,48% em outubro e 5,97% em 12 meses.

Menos pressão
Boa notícia é que foi menor a pressão de aumento de custos, para essas famílias no mês passado em dois componentes importantes, alimentação (de 1,59% para 1,07%) e habitação (de 0,37% para 0,33%.

Mais pressão
Tiveram acréscimo as variações de transportes (de 0,04% para 0,24%) e educação, leitura e recreação (-0,05% para 0,44%), comunicação (de 0,41% para 0,67%), despesas diversas (de 0,22% para 0,38%), vestuário (de 0,63% para 0,75%) e saúde e cuidados pessoais (de 0,33% para 0,37%)

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