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Quarta-feira, 04 de dezembro de 2024

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Setor sucroalcooleiro: um dos grandes negócios do País

De maneira cada vez mais intensa, aumenta a expectativa de quanto o setor sucroalcooleiro deverá crescer nos próximos anos. Para isto, hão de ser adotadas, urgentemente, novas políticas e uma definição amplamente aceita para que o setor se insira firmemente ao conceito do desenvolvimento sustentável. Nesse sentido, é essencial potencializar um desenvolvimento que satisfaça as necessidades presentes, sem comprometer a capacitação e competitividade das gerações futuras, de maneira a associar o meio empresarial à responsabilidade social e corporativa.

Ao longo de mais de 30 anos, a integração do setor sucroalcooleiro aos capitais industriais e de serviços, como componente do agronegócio, cresceu na mesma medida e importância que outras atividades organizacionais do Brasil. Da mesma forma, o agronegócio se consolida com as denominadas agroindústrias, corporações que se prestam à transformação industrial da matéria-prima em produtos alimentícios, mobiliários, combustíveis, fármacos etc.

O conjunto de métodos que visam contribuir para a produção de bens constituídos de insumos e matérias-primas, englobando, portanto, desde a produção de máquinas agrícolas, sementes, fertilizantes, passando pelas operações nas unidades agropecuárias, transformações químicas nas agroindústrias, distribuição e comercialização do produto até as indústrias e serviços de apoio (estudos, pesquisas etc.), é o que se pode ser denominado ou entendido como um setor de grande complexidade energética. E é por esta razão que se observa uma crescente integração de outros segmentos (industriais e de serviços) com o sucroalcooleiro.

Entre as mais competitivas do mundo, as usinas sucroalcooleiras do Brasil têm a falta de subsídios e apoios como os principais fatores que inibem o crescimento de seus negócios. Mesmo, hoje, com altos custos de produção e do cultivo da terra, e, ainda, da competitividade internacional, o País reúne qualidades (mesmo que diante da pouca intervenção do governo nesta atividade) de grande capacidade de expansão, uma vez que, além do seu potencial de crescimento, possibilita ramificações que podem interagir com outras atividades e atrair novos investimentos, como já dissemos.

Com o conhecimento e a experiência acumulada na produção do etanol, o Brasil criou um programa de diversificação para a indústria açucareira, com grandes investimentos, públicos e privados, apoiados por algumas instituições financeiras, o que possibilitou a ampliação da área plantada de cana-de-açúcar e, por decorrência, a implantação de inúmeras destilarias de etanol anexas às usinas.

Por diversas vezes já salientamos que o etanol, como combustível renovável e misturado à gasolina, tornou-se uma grande realidade nacional, conquistando um novo mercado para a nossa cadeia produtiva no setor de agronegócios. O setor sucroalcooleiro é competitivo, tem capacidade de abastecer o mercado, utiliza-se de tecnologia nacional, cria milhares de empregos e economiza divisas. Tanto, que o etanol trouxe um dos maiores e principais fatores de desenvolvimento ao Brasil, o que, a partir de novas tecnologias viabilizou, nos últimos anos, o ingresso na frota brasileira de uma nova categoria de veículos, os “flexíveis”, capazes de utilizar etanol, gasolina ou uma mistura de ambos, em qualquer proporção. Além disso, por conta do crescimento da oferta, foi possibilitado a uma parcela significativa da população brasileira possuir automóveis, o que também propiciou um significativo aumento da frota nacional.

Já em relação ao ponto de vista do mercado externo, embora os países mais desenvolvidos ainda resistam a estabelecer programas imperativos de mistura do etanol anidro à gasolina ou, como no caso norte-americano, imponham cotações alfandegárias à importação do etanol, e também subsidiem sua produção e uso domésticos, há que se ressaltar que houve uma grande expansão no mercado internacional. Portanto, percebe-se que, aos poucos, vão se abrindo novas oportunidades de exportação.

Para se ter uma idéia do tamanho da representatividade do setor, o País é o maior produtor mundial de cana-de-açúcar, segundo a UNICA – União da Indústria de Cana-de-açúcar, o maior produtor e exportador de açúcar, segundo United States Department of Agriculture (USDA), e o segundo maior produtor de etanol do mundo, segundo a F.O.Licht, de acordo com o Procana.

O setor sucroalcooleiro foi responsável por movimentar aproximadamente 2% do PIB nacional e por 12% do PIB da agricultura no Brasil em 2009. Estima-se uma empregabilidade de cerca de 4,5 milhões de pessoas. Produzimos, também, segundo dados da UNICA, no exercício encerrado em março de 2012, aproximadamente 560 milhões de toneladas de cana-de-açúcar.

É por esta e outras que a indústria sucroalcooleira nacional vive uma perspectiva positiva, e busca, em 2013, investir massiçamente na renovação de seus canaviais. Estima-se para os próximos anos um crescimento anual de até 9%, sendo que a média histórica de crescimento do setor é pouco superior a 7% ao ano.

Enfim, a tendência é a de que o crescimento do setor sucroalcooleiro atinja, de fato, o que se estima. Também espera-se que sejam derrubadas algumas barreiras internacionais à comercialização do etanol, assim como à do açúcar, tendo em vista que sua demanda está sendo impulsionada pelo aumento da renda per capita dos países em desenvolvimento. Em função destas e outras expectativas, é que um novo horizonte se desenha para o setor, especialmente se forem materializadas novas medidas governamentais, incentivos, subsídios, financiamentos, enfim, ações destinadas ao bom desempenho das empresas no médio e no longo prazo.

A energização dos ânimos do mercado, a exposição cada vez mais intensa à opinião pública e as novas iniciativas do Governo são elementos de convergência intensa que tendem a mexer como o setor sucroalcooleiro. Esse panorama enseja uma forte transformação cultural, de maneira especial na direção da adoção de maior transparência e melhores práticas na gestão das empresas. Da composição desses fatores, certamente as organizações do setor sucroalcooleiro permanecerão sustentáveis no novo modelo de competição desenhado no atual cenário de globalização

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