Artigos
O mérito é todo dos pecuaristas
Autor: Leandro Cazelli
28 Out 2013 - 11:14
Atualmente estamos vivenciando uma das várias importantes “tarefas” que o pecuarista faz ao longo do ano para manter o rebanho de Mato Grosso com excelente status sanitários. Evidentemente estamos falando sobre a vacinação da Febre Aftosa, que é uma enfermidade viral, altamente contagiosa, de evolução aguda que acomete os animais biungulados (cascos partidos) domésticos e selvagens como os bovinos, bubalinos, ovinos, caprinos e suínos. Também é considerada uma zoonose, ou seja, pode ser transmitida e acometer o homem, porém essa situação é rara.
Nos dias de hoje, Mato Grosso possui o status livre de Febre Aftosa com vacinação, e o último caso diagnosticado da doença foi em 1996, no interior do estado. Consequentemente estamos há 17 anos sem diagnosticar a doença, e ninguém mais importante do que o pecuarista, que está cada vez mais ciente da importância do seu trabalho e da vacinação para toda a cadeia produtiva. Um exemplo desse trabalho são os dados da última etapa da vacinação, que contou com a imunização de mais de 99% do rebanho do Estado. O controle da doença é extremamente necessário e favorável para toda a cadeia produtiva, que mantém as portas abertas para as exportações, sem nenhuma restrição. Este trabalho possibilita a carne aqui produzida a abastecer vários países importadores. Mas observamos que se faz necessário ter uma valorização e consequentemente uma melhor remuneração para o pecuarista, fato que não acontece.
O ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA) trabalha em conjunto com os institutos dos diferentes estados, e para isso o MAPA elaborou o PNEFA - Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa, que seu objetivo consiste na manutenção da zona livre de febre aftosa com vacinação. No Estado de Mato Grosso, o órgão responsável e competente para instruir, ajudar e fiscalizar o pecuarista a realizar essa importante tarefa é o Instituo de Defesa Agropecuária do estado de Mato Grosso (INDEA), órgão este que vem trabalhando duro e muitas das vezes sem suporte adequado do governo estadual.
A febre aftosa quando diagnosticada no rebanho provoca uma série de prejuízos socioeconômicos, sanitários e ambientais, como embargo às exportações, eliminação de animais, isolamento de regiões. Tudo isso implica na desvalorização do preço da arroba, que chega a despencar, e posteriormente a atividade da pecuária se torna desvantajosa. A febre aftosa é uma das doenças de notificação obrigatória responsável pela maior parte dos embargos.
O INDEA elaborou três etapas de vacinação: Primeira etapa – Vacinação (fevereiro) assistida nas propriedades rurais em animais de até 12 meses nas propriedades localizadas em um raio de 15 km com a fronteira dos municípios de Cáreces, Porto Esperidião e Vila Bela da Santíssima Trindade. Segunda etapa – Acontece em Maio, vacinação do rebanho com a idade de 0 a 24 meses, em todo o estado, exceto no baixo pantanal. Já a Terceira etapa – Acontece em Novembro em todo o estado e em todo o rebanho de todas as idades.
A região de fronteira com a Bolívia é a região mais “sensível”, pois o rebanho do país não possui o status sanitário como o nosso, e o último caso diagnosticado de febre aftosa foi em 2007.
Nada mais justo do que parabenizar e agradecer aos pecuaristas de Mato Grosso que diariamente contribuem para que nosso rebanho seja cada vez melhor em quantidade e qualidade.
*Leandro Cazelli Alencar é médico veterinário e consultor técnico da ACRIMAT
Comentários no Facebook