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MT comemora Dia das Florestas protegendo e crescendo economicamente
Autor: Geraldo Bento
20 Mar 2015 - 20:05
Assessoria
No Dia Mundial das Florestas, celebrado neste 21 de março, Mato Grosso comemora a conservação de suas matas com a manutenção e conservação por meio da atividade do Manejo Florestal Sustentável. o estado tem mais de 3 milhões de hectares (ha) de floresta manejadas, o que significa que estão protegidas de qualquer tipo de desmatamento, e comprova que a atividade é a única forma de se manter a floresta em pé.
Vale esclarecer que, para realizar a colheita da madeira é necessário obedecer a vários critérios como: Índice de raridade, porta semente, espécies remanescentes, e, além de todos os critérios, ainda obedecemos ao fator limitador que é o volume por ha, onde podemos colher no máximo 30 metros cúbicos (m3) por ha. Mas, muito mais ainda pode ser feito, já que o Estado possui cerca de 29 milhões de hectares de floresta nativa produtiva que podem ser preservadas e com a possibilidade de incrementar a oferta de madeira comercial em um bilhão e 335 milhões de m3 por ano, conforme divulgado pelo Fórum Nacional de Atividades de Base Florestal (FNBF) durante a conferência Rio +20, evento das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, em 2012.
Estudo encomendado pelo Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira do Estado de Mato Grosso (Cipem) e que subsidiou a criação do Programa de Desenvolvimento Florestal Sustentável (PDFS) em Mato Grosso, em parceria com o Executivo estadual, indicou que a participação do setor florestal no Produto Interno Bruto (PIB) poderá evoluir em torno de 20% nos próximos 20 anos.
Atualmente, a atividade florestal representa a 4ª economia do Estado e gera renda em mais de 40 municípios mato-grossenses, além de contribuir para a conservação da vegetação nativa na região compreendida como Amazônia Legal, ao adotar os projetos de manejo sustentável.
Um diagnóstico conduzido pelo Imazon realizado no período de 2011 a 2012 avaliou que, o setor florestal vem aprimorando sua atividade - Manejo Florestal Sustentável - mostrando que está conseguindo conciliar desenvolvimento econômico com conservação ambiental, onde demostra que, a qualidade do manejo realizado no estado, melhorou em 316%, subindo de 2,4 mil ha em 2011 para 10 mil ha em 2012. O estudo também mostrou imagens de satélite, onde, em 99% das áreas de manejo florestal avaliadas entre agosto de 2007 e julho de 2012, a floresta foi mantida em pé. Isso prova que, quanto mais áreas manejadas, maior o número em hectares de florestas conservadas em pé.
Contudo, a ampliação da conservação florestal e o fortalecimento da atividade produtiva da madeira esbarra nos atrasos para liberação dos Projetos de Manejo Florestal Sustentável (PMFSs) pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema). Para se ter uma ideia em 2015, apenas 27 processos de PMFSs foram aprovados, uma volumetria de 280 mil m3 de Autorização de Exploração Florestal (Autex) e 43 mil m3 de Plano de Exploração Florestal (PEF). O que precisa ficar claro é que, muitos desses manejos que o Sistema de Comercialização e Transporte de Produtos Florestais (Sisflora) diz ter disponível, constam na base do Sistema Integrado de Monitoramento e Licenciamento Ambiental (Simlam) e estão vencidos ou em fase de renovação, então, não estão disponíveis. Outro aspecto importante é que, a maioria dos detentores de manejo florestal são proprietários rurais, com a falta de manejo no mercado colocaram um valor alto para essas madeiras tornando-as inacessíveis para o setor produtivo. Com isso esses proprietários vêm se aproveitando da ineficiência da Sema na liberação dos PMFSs para, com o sofrimento e agonia dos empresários de base florestal, vender seus manejos com um valor bem acima do mercado. Então, embora exista essa volumetria disponível, parte dela está comprometida com renovação de manejo florestal outra parte em posse de pessoas que estão especulando as dificuldades de mercado.
Ainda assim o setor resiste porque acredita que é somente com uma atividade forte e respeitada pelos governos federal e estadual não só os empresários florestais, mas todos ganham, seja o meio ambiente, seja a economia, seja a sociedade com a geração de emprego e renda através do manejo. Portanto, é tempo de resolver as pendências e comemorarmos juntos!
*Geraldo Bento é presidente do Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras do Estado de Mato Grosso (Cipem)