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Copersucar nos EUA – o pulo do gato
Autor: Paulo Costa
08 Nov 2012 - 12:07
Divulgação
Por que “cargas d’água” uma empresa líder mundial na comercialização de açúcar e álcool vai se envolver na aquisição do controle acionário de uma indústria produtora de etanol de milho nos EUA? Ainda mais em um momento crítico, em que uma safra desastrosa de milho, consequente a uma seca fulminante, fechou temporariamente várias indústrias norte-americanas e outras estão trabalhando com margens justas ou até mesmo negativas?
Simplesmente porque está no DNA da Copersucar uma molécula denominada planejamento estratégico. Esta negociação foi finalizada após quase dois anos de negociações, com idas e vindas naturais deste processo. O momento chegou, justamente em uma hora de crise. Os negócios são espelho da vida: as oportunidades aparecem quando aparecem e não quando a gente quer que apareçam. E para que nos aproveitemos delas temos que estar atentos, preparados, com os riscos dimensionados e os objetivos traçados. Aí acontece e dá-se o pulo do gato…
Planejamento estratégico é primo-irmão de visão de longo prazo. A Copersucar não adquiriu o controle da Eco-Energy, Inc. para ganhar dinheiro o ano que vem. Ela entrou nesta parada para fechar o cerco em sua capacidade de oferta de etanol a partir dos dois maiores produtores mundiais, EUA e Brasil. Isto rima com sua estratégia de atingir diretamente mercados de destino, operação que se iniciou com um contrato de longo prazo de venda de açúcar para um importante comprador árabe, em bases Custo e Frete destino, uma década atrás.
Na área de etanol, com uma presença que cada vez mais se consolida nos principais centros recebedores de álcool, a Copersucar dá mais um largo passo. Além disto, coloca-se em uma posição privilegiada para fazer o jogo Brasil x EUA, que passou, com a queda da barreira tarifária de importação antes existente para entradas de etanol anidro nos EUA, a ser um negócio de duas mãos. Ora é o Brasil que está a importar etanol dos EUA, ora somos nós a exportar para lá.
Enfim, um negócio com cara e alma da Copersucar, da mesma Copersucar que em 1978, por meio de sua Companhia União dos Refinadores – Açúcar e Café, adquiriu o contrôle da secular empresa californiana Hills Brothers Coffee. O sonho de Jorge Wolney Atalla, o visionário então Presidente da Copersucar, não durou muito mas mostrou que não há fronteiras para quem busca inovar.
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