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Quinta-feira, 21 de novembro de 2024

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Como planejar a estação de monta do gado?

Mesmo que não seja utilizada em todas as propriedades brasileiras, a estação de monta bovina é essencial para obtermos um sistema eficiente e rentável. Vale ressaltar a importância do uso de touros melhoradores como insumo mais barato e permanente dentro da propriedade, que corresponde a 5% do custo do bezerro.

Além de garantir a utilização de touros melhoradores ou da inseminação a partir deles, garantindo assim uma colheita de bezerros de qualidade e o avanço do melhoramento genético do rebanho, é importante estar atento a fatores como condições fisiológicas da vaca, época de nascimento, de abate e descarte de matrizes.

A estação de monta consiste em uma estratégia de manejo em que as fêmeas em idade reprodutiva são expostas ao touro ou à inseminação artificial em uma época do ano pré-determinada. O objetivo é concentrar os partos e as demais estratégias de manejo: desmama, vacinação, vermifugação, dentre outros.

Geralmente, planejamos para o período de chuvas, que pode variar um pouco entre os estados brasileiros, mas, em termos gerais, acontece entre outubro e janeiro. Quem está começando a adotar o programa pode até estender o período de setembro a março para maior adaptação dos animais.

Por que esta é uma técnica importante? A estação de monta bovina (EM) ajuda a identificar as fêmeas de melhor desempenho reprodutivo, já que elas parem no início da estação de partos por terem ficado prenhas mais cedo dentro da EM. Outro bom motivo para utilizar esse manejo é que os bezerros costumam ser desmamados mais pesados.

As necessidades das vacas de corte podem ser divididas em quatro períodos, conforme com as fases reprodutivas ao longo do ano, que são pós-parto, gestação e lactação, meio da gestação e pré-parto. Portanto, a estação de monta visa equilibrar a oferta de alimento ao longo do ano e com isso alcança maior eficiência.

É importante destacar que a EM deve coincidir com a época de melhor qualidade e disponibilidade de pastagens, pois isso vai proporcionar condições mais adequadas para a atividade reprodutiva das fêmeas e dos touros. Além disso, os bezerros nascidos nesse período terão um padrão mais uniforme, o que ajuda na sua venda/negociação.

A técnica de manejo possibilita ainda que as vacas iniciem a época da parição no período mais propício do ano, entre os meses de agosto a outubro, que é quando a incidência de doenças nos bezerros é mais baixa. Essa "concentração de partos" também facilita a sincronização de cio e a inseminação de matrizes.

Se por um lado identifica a fêmea mais reprodutiva, também consegue mostrar quais vacas têm baixa produção em relação à dificuldade de emprenhar e na produção de bezerros leves. Tudo isso facilita, para o produtor, o descarte de vacas vazias (abril a maio) antes do início da seca para liberar o pasto para as fêmeas prenhes.

Para que sua estratégia seja eficiente, é importante estar atento a questões básicas para que os cuidados nutricionais das vacas sejam cumpridos; a nutrição pós-parto garante que a fêmea esteja em boas condições para a próxima gestação; outro ponto é cobrir o maior número de vacas possíveis logo no início da estação; e fazer o diagnóstico gestacional precoce com auxílio de ultrassom veterinário para otimizar o tempo.

O Mato Grosso alcançou a marca de 34,3 milhões de bovinos, estabelecendo-se como o maior rebanho do país. Dentre os animais que compõem esse vasto rebanho mato-grossense, destaca-se a predominância da raça Nelore, que representa cerca de 80% do total brasileiro. Mas não adianta ser gigante em quantidade sem trabalhar para obter a melhor qualidade e rentabilidade.

Alexandre El Hage é pecuarista, zootecnista e presidente da Associação dos Criadores de Nelore Mato Grosso (ACNMT) 
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