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Abin investiga suspeita de bioterrotismo com proliferação da lagarta helicoverpa

De Brasília – Vinícius Tavares

Os estragos causados pela lagarta helicoverpa nas lavouras de algodão, soja, milho, sorgo, milheto, entre outras, levaram as autoridades brasileiras a analisar a possibilidade de que se trata de um caso típico de bioterrorismo.
De acordo com a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) abriu investigação sobre suspeitas de que a praga tenha sido trazida ao Brasil para devastar a produção nacional e beneficiar concorrentes internacionais.

O tema tem sido debatido nesta semana durante o 9° Congresso Brasileiro do Algodão, que ocorre em Brasília, entre os dias 3 e 6 de setembro.

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A Abrapa trata do assunto com cautela, mas admite que tem preocupação em relação às consequências da ação da lagarta, que já causou perdas de R$ 10,7 bi, segundo as últimas estimativas. Só no oeste baiano, onde houve maior perda na produção e gastos com defensivos agrícolas, os prejuízos chegam a R$ 1,5 bi.

“Ficamos preocupados quando soubemos que a borboleta que coloca ovo que dá origem á lagarta tem capacidade de voar cerca de mil quilômetros. Isso coloca em risco toda a região produtora de algodão, desde o oeste baiano, ao centro-oeste e regiões do sudeste”, afirmou o presidente da entidade, Gilson Pinesso.

Os produtores brasileiros colocaram o Brasil entre os três maiores exportadores, ao lado dos Estados Unidos e Austrália. De acordo com Pinesso, o grande diferencial do Brasil na concorrência mundial é o fato de haver dois ciclos de plantio durante o ano, enquanto Estados Unidos e outros países de clima temperado ficam impedidos devido ao clima frio em boa parte do ano.

O Brasil já foi vítima de bioterrorismo em algumas culturas, como a incidência da vassoura de bruxa, na lavoura cacaueira do sul baiano, e com o mosquito bicudo que já assolou a cotonicultura e foi encontrado em caixas trazidas de outros países.
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