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Notícias / Tecnologia

Com apenas seis anos, IMA é referência na pesquisa e extensão do algodão

Renê Gardim - assessor de imprensa do 9º Congresso Brasileiro do Algodão

Aumentar a produtividade, melhorar a qualidade da fibra e buscar a maior sustentabilidade ambiental e econômica do negócio eram os objetivos do Instituto Mato-grossense do Algodão (IMAmt) ao ser criado em 2007. Hoje, essas metas são realidade.

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Com apenas seis anos de existência, o IMAmt, integrante da organização do 9º Congresso Brasileiro do Algodão (9º CBA), que será realizado de 3 a 6 de setembro, em Brasília, já desenvolve novas variedades com parcerias de peso e tem encontrado alternativas eficientes para o combate de pragas, doenças e ervas daninhas que atingem os algodoais mato-grossenses.

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"O setor sentiu que era preciso ter uma estrutura de pesquisa e extensão que trabalhasse com a nossa realidade, levando em conta a alta umidade e temperatura de Mato Grosso", lembra o diretor-executivo do IMAmt, Alvaro Salles. "Nós temos uma incidência grande de doenças foliares e nematoides que precisa ser enfrentada, mas que não tinha uma referência em nenhum lugar do mundo. Precisávamos desenvolver uma tecnologia própria", analisa. Um trabalho que veio atender aos anseios dos cotonicultores de Mato Grosso e que está servindo para outras regiões do Brasil e também para outros países. "Embora nossa realidade seja bastante particular, as condições que enfrentamos são extremas e as soluções acabam servindo para outras áreas", explica Salles.

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Com um orçamento em torno de R$ 12 milhões para este ano - a maior parte vinda dos produtores mato-grossenses, que destinam uma parcela do valor de comercialização de suas safras para o instituto - o IMAmt busca parcerias para poder dar continuidade ao seu trabalho. "Temos parcerias com empresas como Monsanto e Bayer Cropscience e com várias instituições de pesquisa, como a UFMT (Universidade Federal de Mato Grosso) e a Unemat (Universidade do Estado de Mato Grosso), o IAC (Instituto Agronômico de Campinas -SP) e o Iapar (Instituto Agronômico do Paraná), além de desenvolver pesquisas com parceiros de outros países”, destaca Salles.

“Com a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), estamos iniciando um importante projeto de controle biológico de pragas e doenças, além de outros projetos relevantes no mapeamento da ocorrência de nematoides nas áreas de cultivo de algodão em Mato Grosso e de avaliação de germoplasma para tolerância à seca”, acrescenta o diretor executivo.

Para o presidente do 9º Congresso Brasileiro de Algodão (CBA), Milton Garbugio, que é também presidente do IMAmt, o instituto vem cumprindo a função de pesquisa e extensão para a qual foi idealizado pelos integrantes da Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (AMPA). “Nós entendemos que o fortalecimento de nossa atividade dependia de investimentos em melhoramento genético e no controle de pragas, doenças e ervas daninhas, e também da qualificação da mão de obra utilizada no campo, outro campo de atuação do IMAmt”, recorda Garbugio.

Expedição do algodão

Para o pesquisador e fitopatologista do IMAmt, Rafael Galbieri, apesar da pouca idade, o instituto já trouxe bons resultados. "Geralmente uma pesquisa - de seu início até o lançamento de uma nova variedade - leva 10 anos. Mas nós já temos, por exemplo, variedades em comercialização com o trait Liberty LinK (gene da Bayer), e outras em processo de lançamento, com tolerância às principais doenças foliares e nematoides, e, em breve, teremos variedades B2RF (genes da Monsanto),que certamente serão de extrema importância para os cotonicultores de Mato Grosso e do Brasil”, afirma.

"Temos uma boa estrutura e estamos preparados para atender os problemas existentes e aqueles que certamente irão aparecer nas lavouras de algodão de Mato Grosso”, comenta o pesquisador.

Ele explica que o trabalho de melhoramento do I MAmt tem dois objetivos principais: "Em primeiro lugar, atacar as doenças e os nematoides do algodoeiro. Em segundo, desenvolver variedades transgênicas que facilitem o manejo das pragas e ervas daninhas, porém que tenham elevada qualidade de fibra e sejam resistentes às doenças".
Galbieri destaca o trabalho que está sendo desenvolvido pelo 9º CBA com a 1ª Expedição do Algodão.

"Vai ajudar nos trabalhos de pesquisa, pois será possível, em tempo real, ter uma noção da situação da produção de algodão do País. É importante esse panorama geral, pois o processo produtivo é dinâmico e está constantemente em mudança”, argumenta. O pesquisador cita como exemplo a tendência do plantio de algodão de segunda safra em determinadas regiões, quando as condições são diferentes.

“Para nós, além de outras questões, será importante saber o impacto dessa mudança e como ela se desenvolve nas diversas regiões produtoras de algodão no Brasil”, diz. Galbieri acredita que a realização da Expedição irá favorecer uma melhor imagem da produção do algodão brasileiro: "Estamos mostrando que somos organizados e nos preocupamos em acompanhar de perto a cultura do algodão."

9º Congresso Brasileiro do Algodão

Promoção: Abrapa - Associação Brasileira dos Produtores de Algodão
Realização: AMPA - Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão
Organização: Ponto Expo Eventos e Congressos
Data: 3 a 6 de setembro de 2013
Local: Hotel Royal Tulip Brasília Alvorada – Brasília (DF)
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