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Estradas esburacadas dão prejuízo ao setor produtivo
Especial para o Agro Olhar - Thalita Araújo
Estradas esburacadas, pontes em péssima conservação, atoleiros e outros problemas causados por falta de infraestrutura de transportes em Mato Grosso tem causado irritação ao setor produtivo da carne que, através da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), reclama e pede por melhorias.
Segundo informações da Acrimat, muitos pecuaristas têm procurado a entidade para externar os problemas pelos quais têm passado. Sem boas estradas, o transporte de animais fica inviabilizado, trazendo prejuízos para toda a cadeia.
“Os prejuízos atingem pecuaristas, frigoríficos e motoristas que acumulam atrasos nas entregas, perdas com qualidade de carcaça dos animais, danos aos veículos e descumprimento de prazos”, divulgou a Acrimat.
O superintendente da associação, Luciano Vacari, afirma que a Acrimat realiza pedidos constantes de reparos e manutenção na infraestrutura logística do Estado, sem, entanto, ser atendida.
Segundo produtores, não foram realizados reparos em rodovias e pontes antes do período das chuvas e agora existem trechos bastante deteriorados, que dificultam - ou até impossibilitam – a passagem de veículos de grande porte.
O representante da Acrimat na região de Vila Rica, Eduardo Ribeiro da Silva, relata que não há uma política de conservação e reparos nas estradas e, com isso as chuvas acabam por atrapalhar o escoamento da produção, seja agrícola ou pecuária.
“O problema não é a chuva, mas a falta de infraestrutura. Todos os anos chove neste período e mesmo assim não há um cuidado de prevenção”, afirma o produtor de uma das principais regiões criadoras de bovinos, com rebanho de aproximadamente 1,1 milhão.
Os prejuízos não são restritos aos pecuaristas. O vice-presidente do Sindicato das Indústrias Frigoríficas de Mato Grosso (Sindifrigo-MT), Paulo Tadeu Bellincanta explica que a indústria é uma extensão da criação e os danos aos pecuaristas também são refletidos no beneficiamento da carne.
Bellincanta conta que as perdas vão desde o peso que reduz devido ao tempo de transporte, qualidade com relação a possíveis machucados e hematomas causados durante o trajeto do animal até mesmo com relação ao cumprimento de prazos de entrega para clientes e custos com horas extras.
Luiz Fernando Conte é pecuarista em Juara, na região do Arinos, e revela que para entregar um lote em Sinop, que fica a 300 km da cidade, estão gastando cerca de 20 horas, sendo que em boas condições este mesmo percurso não gastaria mais do que seis horas de viagem.
“A situação é das piores possíveis. Tem locais que os caminhões não conseguem passar e precisam ser rebocados por tratores. Ficam parados à espera de ajuda para passar pelos atoleiros”, lamenta. Com informações da Acrimat.