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Arroz irrigado de Roraima mantém produção estável
FAERR
Apesar das dificuldades enfrentadas desde 2009, em razão da redução das áreas com aptidão para o cultivo de arroz irrigado – muitas delas homologadas pelo Governo Federal como Terras indígenas na Raposa Serra do Sol, a Associação dos Arrozeiros de Roraima (AARR) encontrou soluções tecnológicas para aumentar a produtividade do arroz. Estima-se nesta safra, por exemplo, produção de 1,3 milhão de sacas de arroz em uma área de 11 mil hectares. A expectativa é que seja alcançado o mesmo desempenho da safra passada.
O empresário rural, Tiaraju Faccio, proprietário da Fazenda, confirma que o evento da Colheita 2012/2013 é excelente para mostrar a produção de Roraima e os desafios tecnológicos. “Para essa safra arrendamos outras terras e buscamos outras variedades de arroz. Também mudamos o sistema de manejo para aperfeiçoar o resultado”, disse.
Segundo o presidente da AARR, Genor Faccio, o aumento, tanto da produção quanto da produtividade, é bastante lento em decorrência dos investimentos em infraestrutura que a atividade requer: energia elétrica confiável para o bombeamento da água de irrigação; canais permanentes de irrigação; de drenagem; estradas e pontes bem conservadas; áreas adequadas para a irrigação, sem alagamento natural durante o ciclo da cultura; e solos com pouca declividade e mal drenados.
“É um desafio produzir arroz irrigado em Roraima em meio a tantas dificuldades. As melhores áreas ficaram dentro das terras indígenas. As que cultivamos, atualmente, são áreas bem menores. Buscamos por esta razão tecnologias mais apropriadas para aumentar a produtividade”, ressaltou.
Para ele, é preciso aumentar a produção. A solução seria alcançar o ingresso de mais produtores. "Neste caso, pequenos e médios produtores, pois não existem grandes áreas disponíveis para grandes lavouras", diz. A AARR conta hoje com 16 associados que, segundo Faccio, há 20 anos produz arroz.
“Para o abastecimento do mercado roraimense sofremos concorrência injusta a nosso ver, com o arroz proveniente dos Estados do Rio Grande do Sul e do Mato Grosso do Sul que têm um custo de produção menor que o nosso e ainda são isentos de ICM, em razão dos incentivos fiscais proporcionados pela Área de Livre Comércio de Boa Vista”, ressaltou.
Faccio reafirma que os rizicultores locais produzem com um custo maior e não usufruem da renúncia fiscal da ALC que está disponível somente aos concorrentes externos.
Mesmo com a concorrência desleal de outros estados a AARR se mostra otimista e diz que a produção de arroz irrigado vai crescer, pois além de abastecer o mercado local é preciso suprir o regional, principalmente, o Amazonas que consome 70% da atual produção, trazendo importantes divisas para o Estado desenvolver, gerando à cadeia produtiva do arroz irrigado em torno de seis mil empregos diretos e indiretos.
A técnica de plantio e da colheita do arroz, segundo a AARR, os rizicultores já conhecem bem. Embora o custo do Arroz irrigado seja alto a busca por financiamentos junto aos bancos pelos associados é baixa, pois a maioria se autofinancia.