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Chuva fraciona colheita em Sapezal

Agrodebate

Apesar de ser o município mato-grossense com o maior percentual de área de soja colhida, em Sapezal, a 473 quilômetros de Cuiabá, há produtores que estão à espera do bom tempo para reiniciarem os trabalhos no campo. Em algumas áreas a chuva e a umidade no solo impedem as máquinas de avançarem sobre os 366,6 mil hectares.

Até o último dia 10 de janeiro o município havia percorrido 5,5% do espaço reservado à safra 2012/13 da oleaginosa. Em função do cenário, já há soja nascendo dentro das vagens.O delegado suplente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja/MT) em Sapazeal, Leandro Gilberto Dal Maso, diz que isto ocorre porque as lavouras já receberam as aplicações de herbicida para dessecação, mas ainda não foram colhidas.

O delegado conta que em algumas regiões do município registram chuva de forma ininterrupta. "Desde sexta-feira tem chovido em algumas regiões e onde a chuva não parou a soja já começa a brotar. É preocupante porque as previsões do tempo também não são favoráveis", disse ao Agrodebate.
Por enquanto, iniciaram a colheita da safra 2012/13 em Sapazel produtores que semearam as variedades de ciclo precoce ou superprecoce e que farão, posterior à soja, o cultivo do algodão.
A ameaça de uma explosão de casos de ferrugem asiática em função das condições climáticas também preocupa e exige atenção máixma do produtor rural, alerta Wanderlei Dias Guerra, coordenador da Comissão de Defesa Sanitária Vegetal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento no Estado.

"Apesar de algumas áreas de soja já terem sido colhidas e já semeadas com a nova lavoura, o algodão, os prejuízos podem ser grandes, pois tem muita soja nascendo nas vagens e uma real ameaça de explosão da ferrugem tanto pelo clima úmido, dificultando os controles, quanto pela presença, ainda velada, de ferrugem em algumas áreas de plantio precoce", expressou o coordenador.
Mato Grosso é o terceiro estado em número de focos da doença no Brasil. São 12 casos indicados no Consórcio Antiferrugem da Embrapa até esta segunda-feira (16). O último ocorreu em Campos de Júlio e foi acusado em lavoura comercial pelo coordenador da comissão do Mapa, Wanderlei Dias Guerra.

"Trata-se de uma faixa que não recebeu o herbicida da dessecação. Essa é uma situação que já temos alertado como grave, a disseminação da ferrugem para as lavouras tardias a partir de plantios precoces. Agora, todo cuidado é pouco, pois as lavouras mais velhas estão sendo colhidas, o clima está altamente favorável para a ferrugem, as pulverizações estão limitadas a poucos momentos, com muita chuva e previsão de ainda mais", alertou Wanderlei Dias Guerra.
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