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CEO do Carrefour pede desculpas em carta a Fávaro e deve voltar a comprar carne brasileira

Da Redação - Amanda Divina

O CEO da Carrefour, Alexandre Bompard, enviou carta ao ministro Carlos Fávaro (PSD), do Ministério da Agricultura e Pecuária do Brasil (MAPA), pedindo desculpas e ressaltando a qualidade da carne brasileira, após a empresa francesa anunciar suspensão de importação da proteína animal do Mercosul. 

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Na última semana, Bompard divulgou nas redes sociais que a empresa não vai mais importar carne dos países do Mercosul. Atualmente, o estado é o maior produtor da proteína vermelha no Brasil. De acordo com a nota publicada nas redes sociais do CEO, o intuito do veto à importação da carne do Mercosul é fortalecer o mercado interno na França.

Alexandre alegou que os produtores franceses estão indignados com o projeto de acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul, já que a carne não atenderia às exigências e normas da França. Porém, após a nota ser divulgada, a própria empresa afirmou que o veto é válido apenas para os estabelecimentos franceses. 

O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Carlos Fávaro (PSD), classificou como “desproporcionais” as declarações. O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União), também declarou ser a favor do boicote ao Atacadão, já que o atacadista integra o grupo Carrefour. 

Após a repercussão negativa, Bompard enviou uma carta ao ministro do MAPA pedindo desculpas e ressaltando a alta qualidade da carne brasileira. Atualmente, o país possui a proteína mais sustentável do mundo.

"Sabemos que a agricultura brasileira fornece carne de alta qualidade, respeito às normas e sabor. Se a comunicação do Carrefour França gerou confusão e pode ter sido interpretada como questionamento de nossa parceria com a agricultura brasileira e como uma crítica a ela, pedimos desculpas", diz trecho da carta do CEO.

Ainda na carta, Bompard explicou que o Carrefour é o primeiro parceiro da agricultura francesa e que a empresa compra quase toda a carne necessitada localmente. Ressaltou ainda que a decisão não teve como objetivo mudar as regras de um mercado amplamente estruturado, mas sim assegurar aos agricultores franceses a perenidade de compras, já que "atravessam uma grave crise".

A empresa acabou voltando atrás fazendo um movimento para voltar a adquirir e vender os produtos da pecuária brasileira. A ação foi classificada pelo Carrefour como reconhecimento da "responsabilidade de apaziguar" as "divergências" que o suas manifestações sobre a carne do Mercosul causaram.

"Do outro lado do Atlântico, no Brasil, compramos dos produtores brasileiros quase toda a carne de que necessitamos para as nossas atividades, e seguiremos fazendo assim. São os mesmos valores de criar raízes e parceria que inspiram há 50 anos nossa relação com o setor agropecuário brasileiro, cujo profissionalismo, cuidado à terra e produtores conhecemos", pontuou Bompard.
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