O presidente do Sindicato da Construção, Geração, Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica e Gás (Sindenergia MT), Tiago Vianna, alerta para os impactos do clima na economia, agronegócio, e principalmente no setor energético, que depende de fontes hídricas. Nos últimos meses, o Brasil sofreu com ondas de calor e seca em algumas regiões, muito por conta dos efeitos do El Niño, que continua a influenciar o clima em 2024.
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O clima é um fator que interfere diretamente na oferta e na demanda de energia, afetando tanto o mercado livre quanto o regulado.
Segundo Vianna, o período entre 21 e 22 de dezembro foi de muita chuva, o que manteve os níveis dos reservatórios altos e o preço da energia baixo. No entanto, ele alertou que isso pode mudar em 2024, por conta da questão climática.
“A nossa matriz energética ela é basicamente hídrica, a matriz da energia nacional é mais de 60% hídrica. Então se você tem muita água, tem muita energia, lei de mercado de oferta. O preço que está sendo comercializado no mercado livre é o piso. Então quem acessa o mercado de energia hoje pode estar comprando energia mais barata da história, mas é que isso não deve continuar para 2024, justamente por conta da questão climática”, disse.
Ele apontou que o ineditismo que ocorreu na Amazônia com a falta de água nos estados do Norte afetou o resto do país. As usinas de Giral e Santo Antônio, que estão em Porto Velho (RO), abastecem o Sudeste através do Linhão de uma rede de corrente continua, que ficaram desligadas durante algum tempo por falta de água.
“Essa seca que vem do Norte, já chegou no Centro-Oeste, parece que vai chegar no Sul durante esse ano de 2024, e já sinaliza que pode haver falta de água. Se houver falta de água, vai haver falta de energia, e o preço deve subir”, afirma Vianna.
“No mercado livre, esse aumento no preço é sentido dessa forma: faltou água, sobre o Preço Livre das Diferenças (PLD), que ele varia por hora. No mercado das concessionárias, existem as bandeiras tarifárias verde, ou amarela, ou vermelha. Se faltar água e a concessionária tiver que adquirir de outras fontes não renováveis, o consumidor vai sentir isso no bolso, porque vai estar pagando uma energia mais cara”, finaliza.
(Com informações da assessoria)