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UFMT avança nos estudos sobre nanotecnologia para estimular crescimento de plantas no agro

Da Redação - Marcos Salesse

Cientistas da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) seguem desenvolvendo pesquisa sobre nanotecnologia sustentável para ser utilizada no agro. A pesquisa visa transformar resíduos urbanos e rurais em Bio Carbon Quantum Dots (Bio-Cdots), que pode ser usado para estimular o crescimento de plantas e, assim, apoiar o agronegócio. O resultado final da pesquisa será divulgado em maio.

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De forma resumida, o professor Adriano Buzutti de Siqueira, do Instituto de Ciências Exatas e da Terra (ICET), e sua equipe transformam efluentes de granjas suínas (a água que é usada na limpeza das granjas de confinamento) em um produto a ser aplicado em plantações, no intuito de melhorar o processo de fotossíntese. Isso funciona porque essa água (e diversos outros tipos de resíduos, como o esgoto urbano) é constituída por materiais orgânicos, ricos em carbono.

Quando submetidos a altas temperaturas e pressões nos processos de carbonização/pirolise, a matéria orgânica se desfaz e se transforma em nanopartículas de carbono luminescentes. Estes nanomateriais possuem  propriedades distintas de interação com a luz solar, permitindo às plantas uma captação mais eficiente desta.

“A ideia dos Carbon Quantum Dots (ou pontos quânticos de carbono) seria substituir aqueles por algo que não agrida o meio-ambiente e, principalmente, que não seja tóxico ao ser humano, o que ampliaria sua aplicação para áreas como a medicina e agricultura”, afirmou a professora. 

Carbon Quantum Dots são feitos de materiais orgânicos, geralmente de substâncias puros, como o ácido cítrico (constituinte do suco de limão); mas essa pesquisa se concentra em  produzir “Bio Carbon Quantum Dots”, aproveitando os materiais orgânicos contidos em resíduos urbanos e rurais, o que seria “lixo” ou até “poluição”.

A pesquisa continua no sentido de investigar de maneira mais aprofundada como deve ser a aplicação dos bio-cdots para aumentar a produtividade de culturas matogrossenses. Se é na folha ou na raiz, por exemplo. E também como viabilizar financeiramente a produção de bio-cdots para agricultores, estimulando uma economia circular e sustentável.

Esse projeto rendeu aos pesquisadores uma indicação da Associação Brasileira de Ciências (ABC) para representar o Brasil no Frontiers Planet Prize: Ciência para um planeta sustentável. Apesar de não terem alcançado o prêmio, a nomeação em si já reforça a inovação e importância do trabalho.
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