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Notícias / Agronegócio

Produtores podem receber apoio financeiro para desenvolver melhores práticas socioambientais

Da Redação

Produtores de Mato Grosso poderão receber até R$ 30 mil para beneficiar sua produção com as melhores práticas socioambientais e certificação internacional. A proposta é da Aliança da Terra - organização sem fins lucrativos financiada pelo REM Mato Grosso. A iniciativa  irá envolver 120 pequenos e médios produtores de soja (com área de até 15 módulos fiscais) em todo estado.

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De acordo com a gerente geral da Aliança da Terra, Caroline Nóbrega, essas propriedades passarão por uma série de adequações, com objetivo de tornar a produção de soja mais sustentável em Mato Grosso.  Esse projeto traz muitas vantagens para o produtor: primeiro porque prevê um apoio de até R$ 30 mil para adequação das fazendas que são elegíveis para o projeto. A ideia é que o produtor faça o investimento na fazenda e  receba a metade desse investimento como reembolso. 

Nóbrega detalha que os investimentos são feitos a partir de uma assessoria técnica realizada pelo programa, por meio da empresa Produzindo Certo, também parceira do projeto.  

“Os produtores vão receber um diagnóstico socioambiental completo das fazendas, totalmente gratuito. Neste diagnóstico ele terá acesso a todas as questões ambientais: qual é a situação da APP [Área de Preservação Permanente], qual é a situação da reserva legal. Assessoria técnica para a recuperação desses passivos. Também do ponto de vista social, como está o alojamento dos funcionários, local de depósito de agroquímicos… então tem várias informações que são avaliadas nesse diagnóstico, e o produtor recebe esse diagnóstico em mãos, com todos os passivos ,e como ele pode implementar essas melhorias”.

Charton Locks, diretor de operações da Produzindo Certo, observa que essas adequações custam caro aos pequenos e médios produtores de soja, que, via de regra, carecem de assistência técnica nesse sentido. Então, conforme Lucks, o objetivo é atender quem realmente precisa e que essas fazendas estejam “100% em conformidade com a legislação ambiental brasileira”. 

Ele ressalta ainda que os diagnósticos irão gerar perspectivas ambientais, sociais e econômicas aos produtores. “Na parte comercial, por exemplo, o projeto evitará que eles sofram embargos e multas, por não estarem em conformidade com a legislação. É importante termos em mente que o mundo está de olho no nosso agronegócio. Então, fragilidades ambientais podem ser um impedimento para a exportação da soja. Por isso, precisamos estar no mais alto nível dessas adequações, para não sofrermos embargos internacionais”, enfatiza Locks. 

Para a coordenadora do Subprograma Produção, Inovação e Mercado Sustentáveis (PIMS) do REM MT, Daniela Melo, o PIMS tem como indicador viabilizar o processo de certificação da soja em Mato Grosso. E o projeto da Aliança da Terra trabalha justamente nesse sentido.  “Esse processo envolve a promoção da responsabilidade ambiental, viabilidade econômica e desenvolvimento social. São fatores essenciais para a confiabilidade do produto no mercado internacional", detalha Daniela.

Vale destacar que essa já é a segunda fase do projeto. Na primeira, houve diagnósticos de 50 propriedades, iniciadas no final de 2020, onde foram investidos R$ 1, 8 milhões.  Ao todo, nesta nova etapa, o REM MT está investindo mais R$ 2 milhões na iniciativa, totalizando investimentos na ordem de R$ 3,8 milhões. 

Também faz parte do projeto da Aliança da Terra, ações de prevenção e combate aos incêndios florestais nas propriedades, para reduzir as emissões de gases de efeito estufa (gee) causadas pelo fogo. A meta é treinar 100 voluntários - entre produtores rurais e os funcionários das fazendas - por meio da Brigada Aliança.  

Como participar

As propriedades que irão participar do projeto da Aliança da Terra serão cadastradas pela equipe da Produzindo Certo, que será a responsável pela elaboração dos diagnósticos socioambientais junto aos produtores. O cadastro será feito de forma presencial, com a Produzindo Certo indo às fazendas para conversar com os produtores. Os interessados em participar da iniciativa também podem entrar em contato pelo whatsapp 65 98116-7881. 

Parcerias de peso

O projeto de soja responsável também envolve a parceria do Instituto PCI (Produzir, Conservar e Incluir) e as seis principais traders globais de soja: Bunge, Louis Dreyfus Company, ADM, Cargill, Viterra e COFCO International. Elas constituem o Soft Commodities Forum (SCF), que promove ações pelo mundo visando um sistema alimentar mais seguro e sustentável.
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