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Notícias / Indústria

Presidente da Federação das Indústrias de MT cobra Bolsonaro sobre restrição ao biodiesel

Da Redação

O presidente da Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso (FIEMT), Gustavo Pinto Coelho de Oliveira, usou o palco de um evento da Confederação Nacional da Indústria (CNI), nesta terça-feira (7), para chamar a atenção do Presidente da República, Jair Bolsonaro (PL) e dos ministros Paulo Guedes (Economia), Tarcísio de Freitas (Infraestrutura), Carlos França (Relações Exteriores), ali presentes, para a necessidade de o Brasil voltar a apoiar a expansão do mercado de biodiesel.

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“Um país que valoriza suas vocações tem lugar de destaque na economia mundial. O brasil de Santos Dumont, é o brasil da moderna Embraer. O brasil da inclusão, integração e da telefonia 5g [...] A indústria brasileira sempre será motivo de orgulho para os brasileiros”, disse Gustavo em fala direcionada à Bolsonaro. 
 
Em 29 de novembro, o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) decidiu por manter em apenas 10% a mistura de biodiesel limpo ao diesel fóssil para todo o ano de 2022, como uma tentativa de economizar centavos no preço final do diesel vendido aos usuários.
 
A política pública de biocombustíveis previa percentual de mistura em 13% com elevação para 14% a partir de março. "Obviamente, não é o biodiesel o responsável principal pelo aumento no preço para os consumidores, e a redução da mistura não vai solucionar esse aumento no preço", diz o deputado federal Pedro Lupion (DEM-PR), presidente da Frente Parlamentar Mista do Biodiesel (FPBio), do Congresso Nacional, que tem cerca de 200 deputados e senadores signatários.
 
Segundo a FPBio, a retomada da progressividade da mistura de biodiesel é urgente. O impacto da redução a apenas 10% já provoca desemprego: 38% da mão de obra foram dispensadas, conforme os dados apurados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA-Esalq/USP) no terceiro trimestre, em relação a igual período do ano passado. As seguidas intervenções do CNPE no percentual de mistura em 2021 também elevaram a ociosidade das usinas de biodiesel à casa dos 50% e deixaram em alerta investidores que anunciaram a implantação de mais usinas desse biocombustível no país.
 
A FPBio ressalta que a partir da decisão pelos 10% para 2022 as usinas calculam que deixarão de vender 2,4 milhões de m³ de biodiesel no ano que vem. Isso fará com que a demanda diminua de 8,6 milhões para 6,2 milhões de m³. Esse volume, estima-se, será substituído por diesel de origem fóssil, poluente, e provavelmente, importado pelo país. O balanço da FPBio é que a economia pretendida no preço do diesel está custando muito mais caro ao país.  
 
Aumentar mistura do biodiesel atende exigências de mercados internacionais
 
De acordo com o líder empresarial Gustavo de Oliveira, os produtores de biodiesel têm expectativa de expandir a mistura para 15% e também a 20% e isso está adequado às expectativas dos mercados internacionais. Ele fez referência aos países que passam a exigir do Brasil e de outras nações o cumprimento de uma agenda voltada a temas como mudanças climáticas e ao apoio ao uso de biocombustíveis, caso do biodiesel do Brasil.
 
O presidente da FIEMT ressaltou que o setor produtivo brasileiro foca nesta agenda internacional para abrir espaços de negócios "nos mercados mais exigentes". O empresário lembrou que "o Brasil desenvolveu o maior programa mundial de biocombustíveis, o Renovabio,"e é líder mundial em energias renováveis.
 
O biodiesel é um dos instrumentos para o país descarbonizar sua economia e a indústria. Segundo Oliveira, "a indústria é um dos maiores aliados para cumprir as metas estabelecidas na COP 26", como a redução das emissões de gases poluentes. No evento desta 3ª feira, em Brasília, a CNI apresentou um conjunto de propostas para a retomada da indústria e a geração e empregos. Jair Bolsonaro e ministros de estado participaram.
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