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Gasolina chega a R$ 6,15 em Cuiabá e derruba faturamento de trabalhadores autônomos

Da Redação - Marcos Salesse

Um procedimento comum no cotidiano de trabalhadores dos postos de combustível segue assustando os consumidores mato-grossenses: a troca de preço nos painéis. Com a gasolina chegando a R$ 6,15, não é difícil encontrar motoristas preocupados com o impacto no orçamento mensal. Quem tem sentido ainda mais o obstáculo dos preços são os trabalhadores que dependem diretamente do combustível para tirar sua renda. 

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“Se você antes tinha uma margem de lucro de 30%, agora estou tendo 20%”, comentou Vanderson de Souza, de 29 anos, trabalhador autônomo. A baixa na margem de lucro representa também uma diminuição do poder de compra. Segundo Vanderson, caso os preços continuem subindo, a única saída é parar de trabalhar na área em que atua hoje. 

“Se continuar subindo a gente para de trabalhar, aí é viver de fogão a lenha e charrete igual antigamente. E quando sobe a gasolina, sobe tudo junto, a comida, arroz, feijão e carne, e o nosso ganho não acompanha essa subida”, finalizou. 

Em uma pesquisa realizada em quatro pontos diferentes da região metropolitana de Cuiabá, o valor mais barato encontrado para a compra da gasolina estava em R$ 5,79. Quando observado o etanol, o valor variava entre R$ 4,15 e R$ 4,17. 

Já para o motorista de aplicativo, Luiz Felipe, também conhecido como Uber do Cerrado, de 31 anos, o preço do combustível derrubou o faturamento que conseguia tirar quando enchia o tanque do veículo que usa para trabalhar. “Afetou bastante. Antes com um dia de trabalho eu conseguia pagar um tanque de combustível, e esse tanque me rendia até três dias de trabalho. Agora não está rolando, antes com 10 viagens eu conseguia ganhar R$ 100 reais, agora com essa mesma quantidade tiro R$ 80”, disse. 

Para conseguir fechar as contas no final do mês, Luiz conta que precisou aumentar o tempo a jornada de trabalho de nove horas de trabalho para 12 horas diárias. “Precisei aumentar o meu tempo de trabalho drasticamente, antes eu saia às 16 horas e ficava até 00 horas. Hoje preciso sair às 13 horas e ficar até 01 hora da manhã, inclusive aos sábados e domingos”, concluiu. 

Preços nas refinarias 

Desde o dia 6 de julho, um novo aumento foi acrescido no valor final do diesel, da gasolina e do GLP. A alta foi a primeira anunciada pela nova gestão da empresa, chefiada pelo general da reserva Joaquim Silva e Luna. 

Em junho, a empresa chegou a baixar o preço da gasolina em 2%, mas já no início do mês seguinte determinou um aumento de 6,3% no combustível. Em nota, a Petrobras afirmou que segue tentando encontrar um equilíbrio entre o valor praticado no mercado internacional. 

É válido ressaltar que além das variações nas refinarias, o preço dos combustíveis também são afetados por fatores como as margens de distribuição, as taxações estaduais e outras questões.
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