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Notícias / Emprego

Região metropolitana lidera desocupação e mulheres e negros são minorias no mercado de trabalho de MT

Da Redação - Thaís Fávaro

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou na quarta-feira (24) os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicilio Contínua (PNAD Contínuo) do primeiro trimestre deste ano. A pesquisa traz informações regionais sobre o mercado de trabalho e revela que atualmente o desemprego no interior é menor que nas regiões metropolitanas em 18 estados. Em Mato Grosso o índice de desocupação no interior do Estado é de 8,1% enquanto nas regiões metropolitanas é de 11,7%. Ainda segundo os dados do IBGE, em Mato Grosso existem 165 mil pessoas sem emprego. Mulheres e negros são a minoria no mercado de trabalho.

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A PNAD Continua é uma pesquisa que é feita por amostra de domicilio. Dos 141 municípios existentes em Mato Grosso, 93 foram analisados, sendo 314 setores no perímetro urbano e 93 rurais. Foram entrevistadas 5.537 pessoas no primeiro trimestre do ano, cerca de 1.846 entrevistas por mês. A taxa de informalidade no Estado ficou em 36%, sendo 34,7% nas regiões metropolitanas e 36,4% nas cidades do interior. O rendimento mensal foi o que mostrou maior diferença, sendo o salário médio na capital de R$ 2.931 e R$ 2.167 no interior do Estado. A média salarial em Mato Grosso é de 2.281.

Para chegar a esse recorte territorial, o interior foi considerado como todos os municípios do estado, excluída a região metropolitana, quando existir, e a capital. Na comparação com a taxa de desocupação do país, de 12,7%, apenas 10 regiões de interior tiveram desemprego maior que o índice nacional.

Mas esses resultados não significam que as condições do mercado de trabalho sejam melhores fora dos grandes centros urbanos. Pelo contrário, 62,4% das pessoas que trabalham na informalidade estão no interior, ou seja, 20,8 milhões de trabalhadores sem carteira assinada (empregados do setor privado e trabalhadores domésticos), sem CNPJ e sem contribuição para a previdência oficial (empregadores e por conta própria) ou sem remuneração (auxiliam em trabalhos para a família). No Brasil, 36,3% da população ocupada está em uma dessas condições de informalidade.

De acordo com o analista do IBGE, Márcio Henrique de Freitas Cavichiolli são três fatores que levam uma pessoa a se enquadrar como desocupada. “A pessoa desocupada, ou como se diz popularmente desempregada, ela tem que se enquadrar em algumas características. Primeiro: A pessoa tem que estar em idade para trabalhar que no Brasil é a partir dos 14 anos. Segundo: Essa pessoa tem que estar procurando emprego, ou seja, tomando alguma medida efetiva para entrar no mercado de trabalho e por fim, tem que estar disponível na época da pesquisa, esses são os três fatores que levam uma pessoa a ser registrada como desocupada”, diz.

Mulheres são a minoria no mercado de trabalho

Os dados do 1º trimestre mostram que embora a maioria da população em idade para trabalhar seja do público feminino, o número de pessoas ocupadas ainda predomina o público masculino. No Brasil são 56,3% dos homens trabalhando com carteira assinada em todas as regiões.

A taxa de desocupação no Brasil, no 1º trimestre de 2019, foi de 12,7%, mas com diferenças significativas entre homens (10,9%) e mulheres (14,9%). Este comportamento foi observado nas cinco grandes regiões. As mulheres também se mantiveram como a maior parte da população fora da força de trabalho, tanto no país (64,6%) tanto em todas as regiões.

Taxa de desocupação para negros e pardos é maior que a taxa nacional

O contingente dos desocupados no Brasil no 1º trimestre de 2012 era de 7,6 milhões de pessoas, quando os pardos representavam 48,9% dessa população, seguidos dos brancos (40,2%) e dos negros (10,2%). No 1º trimestre de 2019, esse contingente subiu para 13,4 milhões de pessoas e a participação dos pardos passou a ser de 51,2%; a dos brancos reduziu para 35,2% e dos negros subiu para 12,7%.

A taxa de desocupação, no 1º trimestre de 2019, dos que se declararam brancos (10,2%) ficou abaixo da média nacional (12,7%). Porém, a dos pretos (16,0%) e a dos pardos (14,5%) ficaram acima. No 1º trimestre de 2012, quando a taxa média foi estimada em 7,9%, a dos negros correspondia a 9,6%; a dos pardos a 9,1% e a dos brancos era 6,6%.

No 1º trimestre de 2019, os pardos representavam 47,9% da população fora da força de trabalho, seguidos pelos brancos (42,2%) e pelos negros (8,9%).
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