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"Definição de estratégia": Leia a coluna de Agustinho Risso

Agustinho Risso

Vimos no último artigo que um sistema de gestão é composto por sistemas estratégicos, táticos e operacionais e que tudo precisa funcionar como uma engrenagem em perfeita harmonia, para os objetivos de longo prazo (estratégia) serem entregues pela obtenção das metas anuais (tática) que são avaliadas mensalmente (operação) conforme gerencia-se a rotina.

Abordaremos nos próximos artigos, conteúdo específico relacionado a toda a composição dos sistemas de gestão, começando pela gestão da estratégia. Então vamos lá!

Não entraremos aqui em detalhes sobre etimologia da palavra estratégia e por quais motivos ela é usada ao contexto de gestão empresarial. Todos sabemos que definir uma estratégia empresarial é deixar o mais claro possível para todos ONDE e COMO a empresa chegará onde deseja.

Quem estuda fundamentos de gestão ou eventualmente se depara com contextos empresariais diversos, frequentemente vê declarações de missão, visão, valores e até crenças que as empresas deixam transparecer em seus sites, paredes e outros, com o intuito de evidenciar que os profissionais daquela empresa sabem muito bem ONDE ela irá chegar.

VISÃO

O problema na maioria dessas declarações, principalmente da “visão” é que elas não indicam para os profissionais da empresa o prazo e o número que deseja-se obter e isso criará uma percepção constante de desconhecimento sobre o desempenho em alcançar a estratégia, por simples falta de uma referência numérica que engajará todos sobre o desempenho global.

Portanto, a definição da estratégia precisa começar em uma meta clara e conforme vimos anteriormente, uma meta é composta de objetivo, valor e prazo. Sem isso, a definição fica imprecisa e levará a empresa a manter para sempre uma visão que não serve para muita coisa, pois por problemas de concepção, não é nem possível saber se está sendo alcançada.

Um exemplo de visão estratégia integralmente estruturada seria:

Objetivo: ampliar operações nos estados A, B e C para obter um resultado operacional positivo
Valor: de R$ 300 mil
Prazo: até o final de 2021

Essa característica de visão é raramente encontrada nas empresas e os motivos estão provavelmente ligados a falta de conhecimento da utilidade em uma boa definição de visão. Afinal de contas, do que adianta definir que a visão da empresa é “ser referência em x, y ou z coisas no mercado brasileiro”. O que é ser referência? É ter quanto de lucro? É produzir quanto? É ter quantos clientes? É atuar em quais regiões? Se isso não estiver muito claro, a definição de visão não servirá para direcionar a empresa, pois poderá até atrapalhar, já que ser referência pode ser muitas coisas diferentes para um grupo até pequeno de pessoas que atuam na mesma empresa.

MISSÃO

Com a definição do ONDE a empresa quer chegar, é necessário definir o COMO e isso começa no motivo de existência da empresa ou propósito da empresa, que sempre estará relacionado a qual tipo de necessidade ela atende.

A definição da missão, além de ser um importante direcionador inicial do COMO a empresa alcançará sua visão, também é extremamente importante para manter o FOCO de todos, evitando que a empresa por fatores diversos do mercado ou até mesmo multiplicidade de potencial da sua equipe, atue em diversas áreas sem ser de fato boa em uma que se focada, potencializaria a entrega de valor para os clientes extraindo o melhor dos recursos disponíveis.

Portanto, para definir uma boa missão não existe um protocolo tão específico como para definir uma meta ou missão, mas as seguintes auxiliam essa definição:

1.Qual necessidade minha empresa atende?
2.Como minha empresa atende essa necessidade?


Dessa forma, considerando um exemplo de uma indústria de refrigerantes, sua missão poderia ser:
1.Proporcionar experiências de sabores fantásticos
2. com refrigerantes feitos das melhores frutas que a natureza produz!

Percebam que apesar do ponto de partida da definição de missão ser uma necessidade que pode ser descrita de maneira simples, se ela não for contagiante, passará a todos, incluindo equipe interna e cliente que a empresa não faz nada de especial e poderá a qualquer momento ser substituída ou superada por outra que atende a mesma necessidade de uma maneira que as pessoas gostem mais, colocando em jogo o futuro da empresa.

Por isso, cuidem das missões das suas empresas para que elas estejam sendo cada vez mais competitivas e atuantes no atendimento às necessidades que se propôs!

Continuaremos abordando o conteúdo relacionado a gestão da estratégia em artigos posteriores, entrando em maiores detalhes sobre quais ferramentas e técnicas podem ser usadas para desdobrar a estratégia para toda a organização se sentir representada e motivada por ela. Não perca!

Agustinho Risso é graduado em Engenharia de Produção, especialista em Gerenciamento de Projetos pela Fundação Getúlio Vargas. Ele é Sócio fundador da Paladynus Gestão e Consultoria Empresarial, Professor Titular da Graduação, Pesquisa e Extensão do Curso de Engenharia de Produção do UNIVAG. Tem experiência na área de gestão da produção de serviços complexos, com ênfase em gerenciamento de projetos de transformação de processos, custeio por absorção, implantação de ERP, gestão da rotina, planejamento estratégico e desdobramento de metas e operações de controladoria.

Para saber mais sobre como a Paladynus GCE pode contribuir com sua empresa, acesse www.paladynus.com.
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