Imprimir

Notícias / Pecuária

Maggi prevê prazo de até 60 dias para retorno de importação de carne brasileira aos EUA

Da Redação – Vinicius Mendes

Após a reunião realizada nesta segunda-feira (17), entre o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, e o secretário de Agricultura dos Estados Unidos, Sonny Perdue, Maggi acredita que em um prazo de 30 a 60 dias o país norte-americano deve voltar a importar a carne brasileira.
 
Leia mais
Maggi se reúne com secretário de Agricultura dos EUA para discutir suspensão de importação de carne
 
O ministro disse que conheceu Perdue no Brasil, quando ainda era governador de Mato Grosso, e que isso teria facilitado o entendimento. Ele afirmou que ficou um compromisso de que o retorno será o mais rápido possível.
 
“Tive a oportunidade de recebê-lo no Brasil quando era governador. Passamos uns três dias juntos, isso facilitou a nossa conversa. A decisão é que nós temos que aguardar as posições técnicas, as análises que eles estarão fazendo. Mas ficou um compromisso político de que o retorno será o mais rápido possível. Não há qualquer objeção política por parte do secretário do governo americano, de continuar este mercado aberto para o Brasil”, afirmou Blairo.
 
Maggi contou que o resultado da reunião foi melhor do que esperava, visto a situação em que ocorreu a suspensão da importação.
 
“Eu não estava muito animado em função dos últimos acontecimentos, mas a conversa foi uma conversa muito clara. E como eu tenho certeza de que as mudanças que nós fizemos são tecnicamente aceitáveis e mudam muito o patamar que estava antes, então eu fico muito animado porque sei que elas serão reconhecidas pelos técnicos americanos e assim que forem aceitas nós voltaremos ao mercado”, afirmou.
 
O ministro disse que uma das preocupações do secretário americano era em relação aos abscessos, mas principalmente, segundo ele, a pedaços de osso que foram encontrados junto com a carne.
 
“A grande preocupação, pelo que eu senti aqui, foi de que em algumas partidas de carne, chegaram junto algum pedaço de osso. Como o Brasil é livre de febre aftosa com vacinação, isso acende um sinal amarelo aqui, quer dizer, isso é preocupante porque nenhum país que é livre de febre aftosa com vacinação pode exportar peças com osso, eu acho que esse é um ponto que nós temos que rever no Brasil também e no nosso procedimento e é isso que a gente está discutindo”.
 
Maggi disse que a maneira como a carne é enviada já foi modificada, e por causa disso, não deve mais ser detectado nenhum problema relacionado à abcessos ou ossos.
 
“Nós estávamos mandando em peças maiores, e é possível que os abscessos e as coisas observadas só fossem encontradas no momento em que esta carne fosse retalhada. Então como o Brasil mudou o procedimento e ele está fazendo cortes menores é possível verificar isso com toda tranquilidade, e eu tenho certeza absoluta que aqueles achados que ocorreram e que trouxeram este impedimento de entrar no mercado americano não acontecem mais” disse.
 
O ministro afirmou que, com as mudanças feitas na maneira como a carne é enviada, é possível que em um prazo de 30 a 60 dias os Estados Unidos retornem a importar carne brasileira.
 
Blairo também foi questionado sobre a delação dos irmãos Batista, da JBS, que poderiam trazer à tona nomes de fiscais do Ministério da Agricultura, e segundo ele, estão preparados para qualquer problema que isso possa acarretar.
 
“Tem um anexo nessa delação, aonde ele diz que ele entregará uma lista dos fiscais que poderiam ou teriam recebido algum auxílio por parte da empresa. Por enquanto é apenas notícia, nós estamos aguardando, mas se isso se confirmar, o Ministério da Agricultura já está preparado para fazer as substituições necessárias daqueles nomes que forem envolvidos” afirmou. 
Imprimir