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Notícias / Agronegócio

Acrimat lamenta embargo dos EUA e cobra que Ministério seja mais exigente com laboratórios de vacinas

Da Redação - Viviane Petroli

A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) lamenta a decisão dos Estados Unidos em embargar temporariamente a carne bovina brasileira in natura (fresca) e cobra do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) que o mesmo seja mais exigente com os laboratórios para o melhoramento das vacinas produzidas no Brasil. Mato Grosso foi responsável por 3% (US$ 11,1 milhões) da carne enviada para os Estados Unidos entre janeiro e maio.
 
Os Estados Unidos suspenderam temporariamente a compra de carne bovina in natura dos 13 frigoríficos habilitados no Brasil, dos quais dois estão localizados em Mato Grosso (JBS e Marfrig), nesta quinta-feira, 22 de junho, após constar inconformidades em 11% do volume enviado desde março. Em 16 de junho, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) já havia suspendido os embarques de cinco plantas, após as autoridades sanitárias norte-americanas comunicarem o Brasil quanto a irregularidades encontradas na carne provocadas pela reação à vacina da febre aftosa.

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Em nota, a Acrimat lamenta a decisão dos Estados Unidos e afirma considerar "inaceitável que haja esse tipo de ineficiência no serviço das indústrias frigoríficas brasileiras". A entidade frisa ainda que o “processamento de alimentos requer rígido controle de qualidade afim de evitar a comercialização de produtos com irregularidades que, apesar de inofensivas à saúde do consumidor, colocam em xeque a credibilidade da nossa carne”.
 
A Acrimat salienta que a "reação vacinal pode acontecer devido à inoculação do agente que compõe a vacina ou à aplicação incorreta do produto, causando uma espécie de inflamação ou o enrijecimento da carne".
 
Ainda em nota, a entidade representante dos pecuaristas de Mato Grosso pontua que "cobra que Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) seja mais exigente com os laboratórios para o melhoramento das vacinas produzidas no Brasil e para que retirem da composição da vacina agentes considerados desnecessários para a imunização do rebanho" e frisa que há anos desenvolve campanhas de conscientização dos produtores sobre a importância da correta manipulação e aplicação da vacina.
 
De janeiro a maio foram enviados aos Estados Unidos US$ 48,6 milhões em carne bovina in natura, dos quais 3% ou US$ 11,1 milhões provenientes de Mato Grosso.
 
Em Mato Grosso estão habilitadas para enviar carne in natura para o país norte-americano apenas as plantas frigoríficas da JBS em Barra do Garças e da Marfrig no município de Paranatinga.
 
Como o Agro Olhar já comentou, o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, afirma que o Ministério está finalizando uma nova forma de inspeção das carnes nos frigoríficos, uma nova Instrução Normativa (INS), para ser mais rigoroso nesse assunto.
 
"Como é uma suspensão temporária, nós estaremos na semana que vem trabalhando para finalizar os planos que estávamos fazendo no Ministério e eu pretendo assim que possível, e os americanos receberem informações do Brasil, me descolocar até os Estados Unidos com uma equipe do Mapa para que possamos fazer as discussões necessárias e reestabelecer esse mercado tão importante que o Brasil conquistou nos últimos anos", declara Maggi.
 
No que diz respeito às vacinas, Blairo Maggi afirma que "provavelmente os problemas que vem ocorrendo são em função da reação aos componentes da vacina aplicadas aqui no Brasil. Nós vamos imediatamente abrir uma sindicância, uma investigação para ver o tipo de reagentes que estão sendo utilizados e se de fato está aparecendo ou deixando esses resíduos na carne".
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