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Pecuaristas cobram ICMS zero na venda de boi em pé fora de MT para escapar da hegemonia da JBS

Da Reportagem Local - Jardel P. Arruda/ Da Redação - Lucas Bólico

O setor pecuarista de Mato Grosso cobrou do Governo do Estado a isenção em ICMS para a venda de boi em pé para outros estados. A medida seria uma da série de propostas apresentadas ao Paiaguás para estacar a crise que o setor alega estar passando após a operação Carne Fraca da Polícia Federal e mais recentemente a delação dos donos da JBS, empresa que detém 47% dos frigoríficos do estado.

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O presidente do Sindicato Rural de Cuiabá, Jorge Pires de Miranda, reuniu-se na tarde desta quarta-feira (24) com o vice-governador Carlos Fávaro (PSD) e cobrou uma ação do governo para que o setor não trave. Pires fez questão de reforçar que a pecuária é a segunda maior fonte de renda de Mato Grosso.
 
Fávaro já adiantou que a proposta de zerar o ICMS para o boi em pé não é factível, mas vislumbra a possibilidade de equiparar, ainda que provisoriamente, com a cobrança do imposto que incide sobre o boi abatido em Mato Grosso. A taxa para o boi levado para o abate fora de MT é de 7% contra 2,5% aqui.
 
“Também viemos pedir que o governo acelere a certificação de 11 plantas frigoríficas do estado que abatem praticamente 450 mil cabeças por ano. Viemos aqui reiterar que apóie essas plantas, que elas sejam habilitadas par que possam vender carne fora de Mato Grosso, isso vai melhorar a competitividade”, elencou Jorge Pires. Ele ainda solicitou que a Secretaria de Desenvolvimento Econômico busque empresas fora de MT e até do Brasil para tirar o controle do abate de carne em MT das mãos da JBS.
 
“Nós não podemos sofrer a terceira crise em três meses. Quais são as crises? A primeira a crise da Carne Fraca, nós estávamos nos recuperando, Mato Grosso foi muito pró-ativo nesse sentido, antecipando-se aos fatos com criação do Imac, melhorando as defesas sanitárias, investimento no Indeia. Nós estávamos superando muito bem a crise da Carne Fraca. Depois vem a delação da JBS e ai um grande problema porque a JBS está com um hegemonia de plantas aqui no Estado de Mato Grosso”, citou Fávaro. “Precisamos de medidas emergenciais”, completou.
 
Medo de calote
 
Jorge Pires ainda argumentou que os pecuaristas começaram a temer calotes. A JBS, de acordo com ele, tinha o hábito de pagar o boi a vista, mas após a delação, o pagamento começou a ser feito para 30 dias. “O segmento está preocupado com muita razão porque a gente está temeroso, são milhares de empregos”. 
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