Mato Grosso encerrou 2016 com um rebanho bovino e bubalino de 30.230.624 cabeças, um incremento de 970.794 animais em comparação a contabilização em 2015. O aumento é decorrente a retenção de fêmeas, comprovado pelo recuo de 53.200 vacas enviadas a menos para o abate.
O volume do rebanho bovino e bubalino mato-grossense consta no relatório de vacinação contra a febre aftosa da etapa de novembro, quando animais de mamando a caducando são imunizados. Em 2016, a vacinação contra a febre aftosa atingiu 99,62% do rebanho. Desde 2005 as duas etapas de imunização têm alcançado índices acima de 99%.
Os números foram apresentados pelo Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea) nesta quarta-feira, 18 de janeiro.
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De acordo com os números apresentados, foram abatidos em Mato Grosso 4.785.230 animais. O volume supera em 84.707 cabeças o total de animais encaminhados para a indústria frigorífica mato-grossense em 2015 de 4.700.523 cabeças. Segundo o Indea, foram enviados aos frigoríficos 1.862.192 cabeças de fêmeas e 2.923.038 de machos em 2016. Já em 2015 haviam sido 2.785.111 machos e 1.915.412 fêmeas.
“Os números retratam a tendência de rebanho que temos com a retenção de fêmeas e oferta de animais. Para o mercado é importante, pois impacta nos preços e ofertas e demandas. A retenção de fêmeas nos últimos dois anos permitiu esse incremento”, destaca o presidente do Indea, Guilherme Nolasco
Nolasco afirma ainda que a defesa sanitária é a união de forças do governo federal, do Estado, entidades, produtores e fundos ligados ao setor.
O superintendente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Francisco Manzi, pontua que o aumento do rebanho já era esperado, uma vez que a pecuária mato-grossense vinha de um ciclo de retenção de matrizes.
Manzi observa que embora a pecuária nos últimos 3 a 4 anos tenha perdido cerca de um milhão de hectares para a agricultura, houve ganho de produtividade motivada melhora em genética, alimentação e tecnificação.
Garantia de mercado
O trabalho desempenhado pelos produtores, entidades e pelos governos Federal e do Estado, conforme o secretário-adjunto de Agricultura da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec), Alexandre Possebom, é importante para a economia de Mato Grosso. Ele salienta que “é garantia de abertura de mercado. A base para conquistar um mercado é a defesa sanitária”.
O superintendente do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), José de Assis Guaresqui, lembra que o Brasil tem o desafio de elevar de 7% para 12% a sua participação no mercado internacional. O desafio foi imposto pelo ministro Blairo Maggi ao assumir a pasta em maio de 2016. “Mato Grosso é uma aposta para isso”.