Efeito da elevação dos custos de produção ou da redução das importações?

Independente de qual seja a resposta, o fato é que o mercado venezuelano dá sinais de déficit no abastecimento de carne de frango.

A ponto de, em algumas regiões do país, o órgão local de defesa do consumidor (Instituto para la Defensa de las Personas en el Acceso a los Bienes y Servicios - Indepabis) estar sendo acionado para avaliar porque razão o frango vem sendo comercializado a preços superiores aos das tabelas oficiais. Efeito direto da menor oferta, sem dúvida.

A alta internacional dos preços das matérias-primas para alimentação animal é, com certeza, um dos fatores que vêm ocasionando menor oferta de frango no país, pois, frente ao tabelamento de preços vigente desde o ano passado, fica impossível o produtor repassar os aumentos de custo enfrentados.

Mas a redução das importações também deve estar fazendo alguma diferença no abastecimento do mercado venezuelano. Neste caso, basta observar os resultados registrados pelo maior fornecedor daquele país, o Brasil: entre janeiro e outubro, os embarques de carne de frango brasileira para aquele mercado recuaram praticamente à metade – passaram de 141 mil toneladas no ano passado e, neste ano, estão resumidos a não mais que 76 mil toneladas. Isto, sem contar a redução na importação de ovos férteis para a produção de pintos de corte, também reduzida à metade.

Em julho de 2011, ao tabelar os preços de uma série de alimentos e produtos de uma cesta básica, o governo de Hugo Chavez também estabeleceu, para a carne de frango, preços a nível de produtor (13,41 bolívares/kg no abatedouro) e de atacado (14,35 bolívares/kg). Para o varejo foi fixado o valor de 15,61 bolívares (cerca de R$7,60/kg), mas no momento o produto é vendido por até 19 bolívares/kg – uma alta de pouco mais de 20%, o suficiente para gerar a intervenção do Indepabis, o Procon local.