As vendas de máquinas agrícolas, assim como a produção, também está sendo afetada pela situação política e econômica do Brasil. A valorização das commodities, como o milho que chegou no último dia 23 de março a R$ 32,85 em Alto Araguaia, está “remunerando” os produtores, segundo as revendas e fábricas de maquinários, contudo a cautela neste momento tem “atrapalhado” as vendas.
As vendas de máquinas agrícolas (total) em Mato Grosso caíram de 4.601 unidades em 2014 para 3.558 unidades em 2015, conforme dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Somente em colheitadeiras o recuo foi de 1.306 unidades para 848 de um ano para o outro, enquanto de tratores de rodas de 3.208 para 2.668 unidades.
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“Em Mato Grosso não há crise e sim medo de investir”, comenta Walter Zacarkin da Vegrande, representante New Holland. Segundo ele, as vendas no Estado tiveram queda o ano passado e no primeiro bimestre de 2016, mas não devido à safra. “A safra o ano passado foi boa, neste ano ainda caminha, os preços estão remunerando, porém o setor produtivo não acredita mais no governo. As vendas no primeiro bimestre de 2016 caíram 15%. O setor está quieto na espera dos rumos políticos e econômicos”, explica.
As fabricantes revelam que as vendas de maquinários agrícolas e implementos para Mato Grosso "não cresceram e nem caíram", mas sim se estabilizaram.
"As vendas estão boas. Para a Stara estão um pouco melhores que as expectativas. Por que isso? Porque de certa forma os preços das commodities eles até surpreenderam os produtores. A soja tem uma boa sustentação de preços, o milho inesperadamente ganhou valores nos últimos meses. A taxa de juros permanece fixa, o que é um grande benefício ao produtor", comentou o diretor comercial da Stara, Márcio Fülber, ao
Agro Olhar durante a Expodireto Cotrijal, em Não-Me-Toque, no Rio Grande do Sul.
Fülber salienta que Mato Grosso representa para a Stara de 18% a 20% das vendas. "Para nós da Stara em Mato Grosso estão estabilizadas um pouquinho acima do ano passado. Juntando Mato Grosso, Paraná e Rio Grande do Sul os três mercados representam 60% das nossas vendas".