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Notícias / Tecnologia

Falta de aporte dos governos é principal entrave na pesquisa agrícola

Da Redação - Viviane Petroli

 A falta de incentivo por parte dos governos federal e estadual é o que mais dificulta o andamento de pesquisas na área agrícola brasileira, principalmente a mato-grossense. Um dos nichos, considerado importante, nos estudos voltados para a agricultura é quanto à resistência de doenças e pragas quanto às biotecnologias.

Mato Grosso é um desafio para o setor de pesquisa. O fato de ser um estado de grande dimensão agrícola com soja, milho e algodão, é um complicante para os estudiosos estarem presente em todas as regiões, pois uma é diferente da outra.

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Apesar das diferenças entre as regiões ser um entrave, a falta de incentivos por parte dos governos federal e estadual é a principal barreira para que a pesquisa caminhe ainda mais, uma vez que as pragas e doenças estão sempre à frente da ciência.

“A pesquisa agrícola possui vários obstáculos. Além da extensão do Estado, o surgimento de novos problemas no campo dificultam nossos avanços. Em Mato Grosso é uma monocultura praticamente a produção agrícola de soja ano a ano, então a tendência de aparecer novas doenças e pragas é muito grande. O que é bom para a pesquisa e ruim para o Estado. Por outro lado, não temos apoio por parte do governo e temos que nos virar com nossos parceiros”, comentou o presidente da Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária de Mato Grosso - Fundação MT, Francisco Soares Neto, em entrevista ao Agro Olhar concedida durante “Fundação MT em Campo 2016”, em Nova Mutum.

Segundo Soares Neto, além da ausência de apoio e falta à conscientização por parte dos governos de que as pesquisas desenvolvidas trarão crescimento para Mato Grosso e o país. “Acho que o Brasil tem uma deficiência, uma miopia de não enxergar que a pesquisa e a tecnologia de desenvolvimento trazem benefícios ao país a médio e longo prazo, que nenhuma outra atividade irá trazer”.

Biotecnologias


A cada dia novas biotecnologias surgem no setor agrícola, porém a evolução das pragas e doenças acabam por levar a ineficácia de algumas. A resistência as biotecnologia é considerada por pesquisadores um importante nicho de estudo.

“O controle de resistência é você ter que conduzir a praga ou doença para que ela não se torne resistente. Porém, batemos no entrave econômico neste caso. Um manejo adequado, como o plantio de refúgio, auxilia para que não haja resistência. A tentativa de baratear o custo de produção acaba proporcionando resistência, você acaba não controlando e tendo que acabar entrando com métodos mais drásticos. Enfim, se tenta economizar, mas no final das contas se tem prejuízos. Creio que o manejo de resistência seja um dos focos das próximas pesquisas”, salienta o presidente da Fundação MT.
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