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Conab prevê produção menor de etanol hidratado
Folha de S. Paulo
Desse volume, 593 milhões serão colhidos na região centro-sul. Se confirmado esse total, a evolução será de 3% na principal região produtora do país.
Os dados são da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). O órgão governamental prevê que 256,3 milhões de toneladas da cana da região centro-sul serão destinadas à produção de açúcar, um volume 5,2% maior do que o da safra que se encerra. A produção de açúcar na região atingiria 33,7 milhões de toneladas, 5,4% mais do que em 2014/15.
A Conab prevê também um aumento da cana a ser utilizada na produção de etanol anidro, o que vai misturado à gasolina.
Na avaliação do órgão, a produção de 11,3 bilhões de litros na região centro-sul na safra 2015/16 (8,4% mais) vai exigir a moagem de 144,2 milhões de toneladas de cana, aumento de 8,2%.
Já o cenário para o álcool hidratado --o que vai diretamente no tanque do veículomostra rumo diferente do de açúcar e etanol anidro.
A Conab prevê uma redução da produção para 15,6 bilhões de litros na safra 2015/16 na região centro-sul, 3,1% menos do que na safra anterior. Ou seja, a região terá um volume de 506 milhões de litros a menos neste ano.
A utilização da cana-de-açúcar para a produção desse etanol na região centro-sul recua para 192,1 milhões de toneladas, 3,2% menos.
Antonio de Padua Rodrigues, diretor da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar), diz que a estimativa do volume de cana a ser moído na região centro-sul é razoável, mas discorda dos números de produção de açúcar --que deverá ficar estávele de etanol.
Padua não vê evolução na demanda de cana para o anidro porque o volume a ser utilizado já está contratado.
Além disso, a mudança da mistura de 25% para 27% não deve exercer pressão porque há estoques da safra 2014/15.
Padua afirma, ainda, que as exportações serão menores neste ano, bem como haverá uma redução no consumo de gasolina em Minas Gerais, devido à mudança nas alíquotas de tributação dos combustíveis no Estado.
O diretor da Unica acredita que o caminho da expansão nesta safra 2015/16 será o do etanol hidratado.
Valor de produção: Assim como já ocorreu em 2014, as receitas dos produtores com as lavouras voltam a recuar neste ano, para R$ 295,4 bilhões, 2,3% menos do que no ano anterior.
Caminho inverso: A renda da pecuária, setor que vive um período de alta de preços, volta a subir. José Gasques, do Ministério da Agricultura, estima que o setor terá receitas de R$ 186,2 bilhões, 4,4% mais do que em 2014.
Pecuária: Nesse setor --no qual o ministério inclui bovinos, suínos, frango, leite e ovos--, o destaque fica para a alta de 11% dos bovinos, que deverão render R$ 72,5 bilhões neste ano.
Frango: As receitas dos produtores de frango também crescem em 2015, mas em ritmo menor. Gasques acredita que o setor deverá ter renda de R$ 62,3 bilhões, 1,4% mais do que em 2014.
VBP: Devido à perda de ganho nas lavouras, o Valor Bruto da Produção brasileira fica estável em R$ 482 bilhões neste ano.
Em queda Após cinco semanas cotado a R$ 2,40 por quilo nas granjas paulistas, o frango iniciou a semana em R$ 2,30 por quilo de ave viva, segundo acompanhamento de preços da consultoria JOX.
Hortifrútis: A Conab passará a divulgar dados sobre hortifrútis. As informações incluirão volume, preço e origem dos produtos. Esses dados poderão ser um indicativo para produtores e consumidores.