Considerado ‘vilão’ do desmatamento da Amazônia Legal por muitos o setor produtivo de Mato Grosso foi destaque do quadro “Amazônia, sociedade anônima”, do programa Fantástico, deste domingo (05), com os investimentos realizados por agricultores e pecuaristas para recuperar aquilo que já foi ‘devastado’ e para produzir mais em menos, ou seja, produzir mais em menos áreas.
O assunto foi debatido no terceiro episódio do quadro “Amazônia, sociedade anônima”, da revista televisiva dominical da Rede Globo. O foco foi o desafio de expandir a economia sem destruir a natureza, desafio este da região da Amazônia Legal, onde o agronegócio nos últimos anos vem apresentando crescimento considerável.
De acordo com o Fantástico, a região da Amazônia Legal é a principal fronteira agrícola do Brasil, com grandes extensões de terra que forçam os limites da floresta. Tanto que em 20 anos a agricultura cresceu e sozinha a região da Amazônia Legal corresponde, hoje, a 21% da área plantada no Brasil. A demanda do mercado internacional é considerada o principal fator para tais resultados, a exemplo do fato de em cerca de oito anos o PIB do agronegócio ter crescido duas vezes mais que o do Brasil.
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O agronegócio é hoje um dos poucos setores, conforme o Fantástico, onde o Brasil é competitivo no mercado global.
Segundo Eraí Maggi Scheffer, um dos sócios-proprietários do Grupo Bom Futuro, em entrevista ao quadro “Amazônia, sociedade anônima”, o investimento em tecnologia para produzir mais em menos é grande em Mato Grosso. “Nós da TMG investimos R$ 70 milhões ano. São muitos agrônomos e muito esforço para nós termos este produto que dá tantos alimentos”.
A falta de vasão da produção mato-grossense foi um dos pontos abordados pelo quadro do programa dominical. Prova disso, é o investimento dos próprios produtores em infraestrutura de logística, visando o escoamento via terra, rios e portos da região Amazônica.
“Quando se fala em estradas federais e estradas estaduais, infelizmente isso não andou na velocidade e quantidade necessária”, declarou o presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Ricardo Tomczyk. Ele ressaltou ainda ao Fantástico que “Temos aí a expectativa do escoamento pelo Norte do país, pelos portos do Pará, via hidrovias, que é um sonho. Mas, para isso precisamos concluir o asfaltamento da BR-163 até o porto de Miritituba para que esse grande volume consiga chegar lá a contento. Assim, como se imagina uma agricultura moderna e eficiente, também tem de se imaginar uma infraestrutura compatível com essa modernidade com o tamanho dessa agricultura”.
Como o
Agro Olhar já comentou, há uma perspectiva de que somente na safra 2014/2015 sejam escoados por Mato Grosso cerca de 2,5 milhões de toneladas de soja e milho pelo portos do Arco-Norte, mais precisamente Miritituba e Santarém no Pará.
Desmatamento
A pressão do mercado internacional, principalmente do europeu, quanto à produção em áreas desmatadas levou o setor produtivo da Amazônia Legal, principalmente Mato Grosso, a abraçar a causa do “desmatamento zero”, sendo assim criada a Moratória da Soja.
“Como nós chegamos aqui há 30, 40 anos atrás, desmatou-se algumas propriedades 100%. Se não ocupasse perdia o terreno, perdia a terra. Hoje, quem desmatou numa propriedade além do permitido tem que repor. Nós já repusemos em nossas propriedades recompondo a nossa reserva legal”, declarou Eraí Maggi ao quadro do Fantástico.
Não só o desmatamento para a agricultura foi abordado, mas também o para a pecuária, ressaltando que hoje em Mato Grosso frigoríficos desenvolveram um sistema de monitoramento e de apoio aos seus fornecedores para se trabalhar junto a uma pecuária sustentável.
Um dos meios encontrados pelos pecuaristas, mostrado pela reportagem do Fantástico, é o sistema de integração Lavoura-Pecuária-Floresta.
Confira
aqui o quadro “Amazônia, sociedade anônima”, do Fantástico, deste domingo (05).