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Notícias / Agronegócio

Chuva limita safra de soja na Argentina

Mariana Caetano, Fernanda Pressinott e Fernando Lopes - Valor Online

 Por enquanto, o principal problema nesta fase de semeadura da safra 2012/13 são as fortes chuvas na Argentina trazidas pelo El Niño. Mas, no Centro-Oeste do Brasil, a possibilidade de déficit hídrico em alguns polos ainda assusta os agricultores, que iniciaram os trabalhos com a expectativa de obterem margens recordes de lucros, alimentada pelos elevados preços atuais.

Na sexta-feira, a Bolsa de Cereais de Buenos Aires informou que o El Niño havia perdido força, mas que as chuvas, ainda que mais fracas, continuavam a afetar a semeadura argentina. Ontem, a publicação especializada alemã "Oil World" informou que, com o problema, a colheita no país poderá ser de 3 milhões a 6 milhões de toneladas menor que o estimado inicialmente - entre 55 milhões e 56 milhões de toneladas. "A situação é mais do que alarmante", diagnosticou, já que a maior parte das terras agrícolas estão inundadas ou muito úmidas. E os fortes ventos previstos para este mês devem manter essa umidade elevada.

No Sul do Brasil, destacou a consultoria Céleres, com sede em Uberlândia, as chuvas também restringiram o cultivo sobretudo no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, mas as atenções ainda estão mais voltadas para Mato Grosso, onde as precipitações desde o início do plantio, em meados de setembro, ficaram abaixo das expectativas. Nos últimos dias as chuvas aumentaram, mas há risco de escassez nas próximas semanas. Para a "Oil World", as duas próximas semanas serão decisivas para evitar estresse nas plantações. As projeções atuais ainda são de colheita nacional recorde da ordem de 82 milhões de toneladas.

No oeste da Bahia e na região conhecida como "Mapito", que abrange áreas de Cerrado de Maranhão, Piauí e Tocantins, as chuvas ficaram abaixo da média em outubro, mas a umidade deverá aumentar e permitir a aceleração do plantio em novembro, conforme a Somar Meteorologia. No oeste baiano, as precipitações deverão perdurar nos próximos 15 dias, mas no Maranhão e no Piauí o volume deverá diminuiu e as pancadas serão mais isoladas.

Ainda que o cenário sul-americano esteja no radar dos agentes do mercado de soja do mundo todo, essas adversidades têm tido reflexo moderado sobre os preços internacionais. Ainda há estatísticas sobre a produção americana em 2012/13, golpeada pela pior seca no país em mais de 50 anos, que atraem mais atenção. Na sexta-feira, o Departamento da Agricultura dos EUA (USDA) divulgará um novo relatório com dados sobre a produção e a expectativa é que haja um ajuste para cima. Na bolsa de Chicago, os contratos futuros de segunda posição de entrega (normalmente os de maior liquidez) acumulam alta de 25,48% este ano. (Com Reuters)
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