Imprimir

Notícias / Agronegócio

Abrapa investe R$ 30 mi em laboratório de referência para garantir certificação e ampliar exportações

De Brasília – Vinícius Tavares

A Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) investirá R$ 30 milhões na construção de um laboratório de referência que certificará o produto exportado e garantirá uma melhora significativa nos preços em transações com outros mercados.

O iniciativa faz parte do programa de qualidade do algodão e inclui investimentos próprios da entidade em informatização, capacitação de mão de obra e uma auditoria permanente para garantir qualidade e padronização ao algodão exportado.

Leia também
Exportações do agronegócio em MT crescem apenas 0,89% em 2014
Restos de algodão em lavouras são chamariz para bicudo; Aplicações chegam a 15

O laboratório está sendo construído no Núcleo Bandeirante, cidade administrativa do Distrito Federal, e deve entrar em operação somente em 2015. Só com as duas máquinas capazes de fazer a seleção e classificação dos fios serão gastos cerca de R$ 1,5 milhão.

De acordo com o diretor executivo da Abrapa, Márcio Portocarrero, o laboratório central de referência pretende solucionar um dos grandes gargalos para a garantia da qualidade do algodão brasileiro, que é a falta de certificação.

“Quando chegamos com o algodão nos mercados asiáticos enfrentamos barreiras como a falta de uniformidade nos produtos, como fios mais longos do que outros, e eles costumam rebaixar os nossos preços, alegando baixa qualidade, o que não é verdade. Por isso precisamos de certificação”, observou.

Segundo ele, a certificação será concedida pelo Instituto de Tecnologia de Bremem (Alemanha), um dos mais respeitados do mundo.

“Será feita uma auditoria permanente do nosso algodão. O produto sairá do laboratório com a certificação internacional aceita em outros mercados. Isso vai evitar que o algodão brasileiro seja depreciado quando chegar ao seu destino e elevará nossos ganhos”, observou Portocarrero.

O executivo lembra que este tipo de laboratório tem sido financiado por governos de outros países. Para o caso do Brasil, porém, ele diz que a preferência foi aplicar os recursos da entidade para ter autonomia sobre todo o processo.

“Não podemos correr o risco de dependermos do poder público. Até pensou-se em utilizar uma universidade ou instituto, mas assim correríamos o risco de ficarmos com as atividades paralisadas em caso de greve de servidores ou cortes no orçamento. Por isso, preferimos ter controle sobre todas as etapas do negócio”, frisou. 
Imprimir