A alta demanda mundial por trigo pode favorecer a produção brasileira do cereal em 2014. É o que projeta a Confederação Nacional da Agricultura (CNA) em seu documento" Balanço 2013 e perspectivas para 2014", divulgado em dezembro, em Brasília.
Conforme o prognóstico feito pela entidade, apesar de haver uma previsão de aumento em 15% na produção de trigo na Argentina em 2014, esta recuperação não será capaz de garantir o abastecimento em nível mundial.
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"Diante de uma conjuntura de firmes preços no mercado internacional e de uma perspectiva de oferta insuficiente para atender a uma demanda crecente no bloco sul-americano, a produção brasieira tem uma grande oportunidade para se expandir", afirmou a superintendente técnica da CNA, Rosemeire dos Santos.
Somando-se este cenário favorável ao crescimento da produção brasileira, avalia a CNA, outro fator que pode contribuir para esta expansão é a substituição de área plantada de milho pelo trigo, principalmente no Paraná.
De acordo com o documento, a colheita na Argentina deve permitir que o trigo daquele país volte a fazer parte da pauta das importações brasileiras em 2014. Com isso, é prevista a retomada da Tarifa Externa Comum (TEC) para a aquisição do cereal de fora do Mercosul, que foi zerada em 2013 em função da restrição de oferta do trigo argentino.
No que diz respeito ao cenário mundial, a previsão é de continuidade do crescimento da demanda por trigo no próximo ano, principalmente em razão da recuperação econômica de importantes mercados consumidores. Vale salientar que o consumo de trigo é bastante pulverizado pelo mundo.
Apesar do crescimento da produção, a pressão do mercado consumidor dificilmente permitirá a recuperação dos estoques mundiais. Neste cenário, os preços devem continuar firmes no mercado mundial, assim como ocorreu em 2013.
Para o Mercosul, o mercado deve ficar ainda mais pressionado pela relação de oferta e demanda. Apesar de a Argentina aumentar a oferta de trigo em 15%, segundo estimativas do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), em relação à safra passada, acredita-se que esta não será capaz de trazer tranquilidade ao mercado.