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Notícias / Agronegócio

Citricultores de SP pedem que indústrias cumpram preços mínimos

Globo Rural

As laranjas nem chegaram a ser colhidas em um pomar em Pirassununga.

As frutas da variedade precoce, que apodreceram no pé e agora estão no chão, dariam para encher cinco mil caixas, quantidade que corresponde a 20% da produção.

O pomar pertence ao agricultor Fábio Fantinato, que produz laranja há 20 anos em 32 hectares. Das 15 mil árvores saem em média 25 mil caixas de 40 quilos por safra.

Sete mil estão no ponto de colheita, mas o produtor não sabe se vai tirá-las do pé. Ele esperava vender a caixa pelo preço de referência anunciado pelo Ministério da Agricultura há mais de um mês, mas a indústria só quer pagar R$ 7, R$ 3 a menos que o prometido.

Outros 30 produtores de Pirassununga, região central do estado, enfrentam os mesmos problemas. Juntos, eles produzem quase três milhões de caixas e vendem a laranja para a indústria através de contrato de parcerias. Até agora, nenhum deles sabe como ter acesso ao pacote de ajuda oferecido pelo governo.

Segundo a Associtrus, associação que representa os produtores, o governo anunciou várias medidas, mas nenhuma está funcionando na prática.

O preço mínimo para a laranja foi aprovado pelo Conselho Monetário Nacional no dia 02 de agosto. Ele não foi definido para a compra direta entre agricultor e indústria, funcionaria apenas por meio dos leilões da Conab.

A Companhia Nacional de Abastecimento diz que ainda está avaliando os mecanismos e que não tem previsão de quando poderá colocar em prática.

Para complicar a situação, a linha especial de crédito para a estocagem de suco de laranja pelas cooperativas e indústrias, que ajudou a segurar os preços no ano passado, venceu no dia 30 de junho. Apesar do Ministério da Agricultura dizer que pretende prorrogar a linha por mais dois anos, o Conselho Monetário Nacional não aprovou ainda a medida e diz que não há prazo para votação.
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