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Desemprego cai para 5,3%, e renda avança 1,7% em agosto
O Globo
O segundo semestre do ano começou com desemprego em baixa. Segundo a Pesquisa Mensal de Emprego (PME) do IBGE, a taxa de desocupação em agosto nas seis principais regiões metropolitanas do país foi de 5,3%, inferior aos 5,6% registrados em julho e repetindo a taxa de agosto do ano passado, a menor para o mês desde o início da pesquisa, em 2002. A taxa de desemprego média nos primeiros oito meses do ano está em 5,7%, exatamente a mesma de igual período de 2012. E o rendimento médio real dos trabalhadores chegou a R$ 1.883 em agosto, alta de 1,7% sobre julho e de 1,3% ante agosto do ano passado, interrompendo cinco meses de quedas consecutivas.
- A inflação mais controlada nos últimos meses dá um aumento maior ao poder de compra. Mas o ganho de renda dos trabalhadores não foi só reflexo da queda da inflação, há renegociações salariais importantes ocorrendo - disse Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE.
EM SALVADOR, TAXA SOBE A 9,4%
O resultado da pesquisa surpreendeu positivamente especialistas e analistas do mercado. Para Eduardo Velho, eco- nomista-chefe da INVX Global Partners, a taxa de desemprego caiu principalmente pela redução da população economicamente ativa, o que não significa um aumento tão grande do emprego.
Fernando Ribeiro, coordenador de Estudos de Conjuntura do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), acredita que os dados de emprego de agosto comprovam que o mercado de trabalho está mais estável neste ano:
Não teremos grandes quedas do desemprego, mas sim postos sendo abertos na medida para absorver o aumento da mão de obra - disse.
O economista loão Saboia, professor da UFRJ, afirma que, apesar do ritmo mais lento de geRação de emprego, há maior qualidade da ocupação, pois, em um ano, houve a criação de 353 mil vagas com carteira assinada e redução de 148 mil informais:
Estamos entrando na fase do ano mais aquecida, o que indica perspectivas positivas para o emprego nos próximos meses - disse Saboia.
Chamou a atenção o crescimento da desocupação em Salvador, única região metroolitana, entre as analisadas, onde a taxa de desemprego subiu em agosto, passando de 9,3% em julho para 9,4%. Em agosto de 2012, a taxa de desemprego na capital baiana estava em 6,4%. Também houve uma queda de 2,3% no rendimento dos trabalhadores da região no período. Isso pode explicar a alta do desemprego, ou seja, com a queda do rendimento domiciliar, mais trabalhadores foram buscar trabalho, incluindo pessoas que, antes, estavam na inatividade.
A pesquisa indica ainda que em agosto a indústria fechou 33 mil postos de trabalho nas seis regiões metropolitanas. Na comparação com agosto de 2012, a redução é de 98 mil, quase igual à queda do número de empregados domésticos em um ano, de 93 mil. Por outro lado, o setor de Educação, Saúde e Administração Pública foi o maior gerador de postos em agosto ante julho, registrando alta de 60 mil.