O avanço tecnológico nas propriedades rurais também deve aumentar as buscas por mão de qualificada em Mato Grosso. Uma das principais procuras é para operar os maquinários. Atualmente, a demanda não consegue ser suprida no estado.
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A pesquisa “Mão de obra: um desafio para os produtores rurais de Mato Grosso” aponta que 70,66% dos empresários do agro enfrentam dificuldade para encontrar funcionários. O presidente da Famato, Vilmondes Tomain, disse que o estudo é fundamental para conhecer a realidade do agronegócio e buscar soluções para resolver o “apagão” da mão de obra no Estado, mostrando a demanda de profissionais mais necessários no campo.
“Nosso Estado está crescendo e por isso essa necessidade de trazer pessoas de outros estados. O Governo tem feito a parte dele, com investimentos em pavimentação asfáltica para algumas regiões que não tinham e incentivado e facilitado a opção dos produtores fazer a transição de pastagens degradadas em área de agricultura, que exige um transporte melhor. Isso tem criado novas demandas de mão de obra. Vejo como um bom problema e temos que atrair mão de obra de outros Estados para suprir essa lacuna”, afirmou Vilmondes.
Conforme a pesquisa, 37% dos produtores indicaram a necessidade de operadores de máquinas, evidenciando o problema de falta de mão de obra no campo, tendo em vista que esse é um profissional crucial para o desenvolvimento das operações.
O gerente de assistência técnica e gerencial do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Mato Grosso (Senar-MT), Bruno de Faria, afirmou que diversos cursos estão sendo realizados nas cidades do estado para elevar a qualificação da mão de obra.
"Hoje mediante esses números que a gente buscou com o IMEA nós estamos trabalhando para melhorar nossos cursos, as nossas capacitações técnicas e profissionalizar nossa mão de obra e oferecer também assistência técnica aos nossos produtores. Com isso, eles também vão entender a importância dele estar dentro da propriedade dele e ele mesmo capacitar os produtores dele", disse Bruno.
Atualmente, o Senar trabalha com a disponibilização de mais de 40 cursos que buscam profissionalizar os produtores. Alguns cursos podem ser realizados de forma presencial e outros a distância.
Entretanto, Bruno afirmou que atualmente um dos objetivos tem sido alinhar a profissionalização dos produtores rurais com o avanço da tecnologia no campo.
"Hoje com os números que o Imea nos trouxe prova o mundo tecnológico das nossas propriedade no estado de Mato Grosso. Devido a isso, cada dia que passa, nós precisamos estar com a mão de obra melhor e mais qualificada", pontuou.
Outros profissionais que são mais necessários são vaqueiros (20,66%), profissionais de campo (10,71%), serviços gerais (10,71%), técnicos de agricultura de precisão (4,59%), cargos de gerência (2,55%), administrativos e financeiro (1,79%) e motorista (1,28%).
"A assistência técnica vem para mostrar que isso (a qualificação) vai ter um crescimento na propriedade dele (empresário) e de toda a região. O desafio é grande mas vejo que estamos preparados para atender e formar essa mão de obra para os produtores e trazer essa mão de obra de fora", ressaltou.