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Notícias / Agronegócio

Pesquisa realizada por fundação comprova que fevereiro é melhor que dezembro para produção de semente de soja

Da Redação - Vinicius Mendes

Uma pesquisa conduzida pela Fundação Rio Verde comprova que o mês de fevereiro é melhor que o de dezembro para o plantio de soja para produção de semente própria. Em coletiva realizada na sede da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja) nesta sexta-feira (29) os pesquisadores Dr. Erlei Melo Reis, Dr. Laércio Zambolim, Dr. Fernando Cézar Juliatti e Dr. José Octávio Machado Menten apontaram que há incidência menor de ferrugem em fevereiro, o que resulta em menos aplicações de fungicidas, diminuindo as chances de mutação.
 
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Na coletiva foi apresentada a terceira pesquisa científica que atesta a melhor qualidade do plantio de soja em fevereiro para produção de semente própria, recentemente publicada em revista científica canadense. A pesquisa durou três anos e foi conduzida pela Fundação Rio Verde e credenciada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).
 
O estudo é coordenado pelos pesquisadores especialistas em fitopatologia Erlei Melo Reis, Laércio Zambolim, Fernando Cézar Juliatti e José Octávio Machado Menten, que apresentaram que, cientificamente, é possível substituir os atuais plantios de dezembro por uma pequena janela em fevereiro com melhor qualidade de semente, menos fungicida e com controle de ferrugem.
 
“Nós pudemos constatar que a ferrugem no semeio de fevereiro traz pequenos problemas. Tem ferrugem sim, mas em relação a dezembro nem se compara. Então esta pesquisa, comprovada cientificamente, publicada em revista com corpo editorial internacional, é a única que existe em nível de Brasil, no Estado de Mato Grosso. Então estamos felizes por ter completado esta fase, e poder demonstrar que é viável, em se tratando do controle da ferrugem, o semeio de fevereiro”, disse o Dr. Laércio Zambolim.
 
O pesquisador explicou que as condições climáticas de fevereiro desfavorecem a ferrugem, daí o menor número de aplicações. Segundo ele a possibilidade de ocorrer mutação é extremamente menor. O Dr. Erlei Melo Reis afirmou que não há literatura científica que aponta que o mês de dezembro é melhor que o de fevereiro para o plantio. Segundo ele só existe sustentação científica mostrando o contrário.

“A justificativa do risco de fevereiro nós derrubamos cientificamente, porque a intensidade da ferrugem é menor. Segundo ponto, foi explicado que, devido ao clima ser menos favorável à ferrugem, relaciona à sustentabilidade ambiental, pois há menor uso de fungicidas”, afirmou Erlei.
 
O Dr. José Otavio Mentem citou que a grande preocupação da comunidade era se a semeadura em fevereiro poderia fomentar a probabilidade de aumentar o número de linhagens resistentes aos fungicidas, o que foi desmentido pela pesquisa.
 
“Uma pesquisa que foi bem planejada, fazendo uma comparação simples, são dois tratamentos apenas, a semeadura no final de dezembro versus a semeadura por volta de 15 de fevereiro, e ficou muito claro que a quantidade é significativamente menor nas semeaduras de fevereiro, e também o número de aplicações de fungicidas é menor nas aplicações de fevereiro”, disse o pesquisador.
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