Imprimir

Notícias / Geral

Crise entre EUA e Irã pode provocar aumento no preço de combustível em MT, avalia diretor do Sindipetróleo

Da Redação - Vinicius Mendes

A crise entre os Estados Unidos e o Irã, agravada após ataque aéreo no aeroporto de Bagdá que matou o major-general Qassem Soleimani, pode repercutir em aumento no preço do combustível em Mato Grosso e no Brasil.
 
Leia mais:
Após mudança no ICMS, Grupo Locatelli anuncia fim de venda de etanol em postos

O diretor executivo do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Sindipetróleo-MT), Nelson Soares Júnior, afirmou que o momento ainda é de incertezas, mas que uma alta no preço do barril do petróleo já ocorreu após o ataque, e dependendo do posicionamento que o Irã tomar, que pode manter este crescimento, o preço do combustível ao consumidor pode ter uma elevação.
 
Horas após o ataque o preço do barril do petróleo no mercado internacional teve aumento de 4%. O preço do barril chegou a US$ 70 nesta sexta-feira (3). O presidente Jair Bolsonaro, ao comentar a crise, já disse que o preço do combustível no Brasil deve ser afetado.
 
O diretor executivo do Sindipetróleo-MT, Nelson Soares, afirmou que ainda não é possível dar nenhuma certeza se haverá aumento no preço do combustível. Ele disse que apesar do aumento durante a madrugada, já houve um recuo.
 
“Tudo está muito recente, o acontecimento foi ontem à noite, nessa madrugada o petróleo bateu recorde de aumento, mas já recuou e continua recuando durante a tarde de hoje. Mas não sabemos o que o Irã vai fazer, porque ele controla o Golfo Pérsico onde passa 30% do petróleo do mundo, então dá pra imaginar o poder que este país tem na mão”.
 
Soares afirmou que o Brasil vinha seguindo em uma curva de crescimento no consumo, em função do aquecimento da economia, e que com o aumento da demanda o preço deveria sofrer também um pequeno aumento, considerando que a perspectiva do cambia permanecesse estável, em torno de R$ 4.
 
Nelson ainda disse que da mesma forma que ocorre um aumento, com a crise, quando o conflito se resolver haverá também um recuo no preço. Ele avalia que a Petrobrás deve aguardar o posicionamento do Irã, para então decidir se o aumento será repassado ao consumidor.
 
“O que tudo indica é que, se de um lado tínhamos dólar a R$ 4,20 e hoje ele está em torno de R$ 4,10 e R$ 4,05, a Petrobrás se beneficiou disso e fez um colchão não é? Então ela pode também, e eu acho que é isso que ela vai fazer, esperar a semana que vem e ver o que vai acontecer com o preço do barril do petróleo para depois tomar uma decisão. Em se mantendo esta elevação, é lógico que vai passar isso para o preço do combustível, já no dia seguinte”.
 
O diretor executivo do Sindipetróleo-MT ainda afirmou que o mercado também deve influenciar no aumento, já que alguns postos com estoque podem decidir postergar a elevação do preço, na tentativa de conseguir mais clientes. Ele também avalia que a crise pode afetar outras áreas da economia.
 
“Tem um efeito geopolítico, que também pode afetar o Brasil, uma vez que o país estava tentando uma reaproximação com o Irã, que é um grande importador de commodities brasileiras, aí pode haver pressão americana para impedir isso, ou algo desse tipo”.
Imprimir