O CEO global da JBS, Gilberto Tomazoni afirmou que é necessário debater a sustentabilidade e produtividade do setor de alimentação no agronegócio diante da expectativa do aumento populacional para garantir a segurança alimentar. A fala foi dita durante o Fórum Internacional da Agropecuária (FIAP) realizado em Cuiabá na segunda-feira (9).
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Braço empresarial do G20, o grupo B20 é formado por diversas forças-tarefas, sendo a de Sistemas Alimentares Sustentáveis, liderada por Tomazoni. Durante o Fórum, em Cuiabá, o CEO frisou a importância de discutir a produtividade com sustentabilidade a longo prazo.
“Nós podemos avançar com a adoção das melhores práticas. E que essa mudança seja inclusiva, que permita uma produtividade maior e mais resiliente, porque temos de produzir hoje e vamos ter que produzir para 10 anos”, afirmou Tomazoni.
Atualmente, Mato Grosso lidera o rebanho bovino do país com 34,2 milhões de cabeças. Isso representa 14,6% do total brasileiro, segundo informações do Ministério de Agricultura e Pecuária. O relatório da força-tarefa, assim como as recomendações do B20, foram entregues ao ministro da Agricultura e Pecuária (Mapa), Carlos Fávaro, e ao secretário de Comércio e Relações Internacionais da pasta, Roberto Serroni Perosa, que também participaram do FIAP.
Tomazoni informou que o extenso trabalho desta força-tarefa foi desenvolvido durante cinco meses, por 139 pessoas, de 22 países, sendo 14 do setor de alimentos, além da agricultura. Esse estudo será debatido em uma reunião com ministros do setor de outros países que integram o G20, grupo que reúne as maiores economias do mundo, que representam cerca de 85% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial, além de 75% do comércio e cerca de dois terços da população.
Durante o FIAP, em Cuiabá, Tomazoni adiantou que o estudo prevê que é possível aprimorar os sistemas alimentares de forma sustentável, ampliando a produtividade e, desta forma, erradicando a fome e melhorando a qualidade de vida das pessoas.
De acordo com o CEO, o sistema acelerado de ganho de produtividade trouxe grandes desafios para o setor econômico, principalmente três, sendo eles, as práticas sustentáveis, a garantia de melhores condições de vida para as pessoas empregadas, e por fim, a segurança alimentar da população como um todo.
“Só vamos conseguir alimentar o mundo se aumentarmos a produtividade. (...) Esses três desafios interagem entre si. Por isso, se conseguirmos transformar esse sistema, ele será um grande pilar para gerarmos muito mais equidade”, frisou.
Por fim, o CEO destacou que a barreira econômica desafia o setor, principalmente no que diz respeito a investimentos no clima, que estão em torno de 4% nos sistemas alimentares e para a agricultura. Atualmente, o setor de alimentação emprega 35% da população, o que representa 10% do PIB e alimenta 8 bilhões de pessoas do mundo.
“Temos um grande desafio das mudanças ambientais e a agricultura tem grande potencial de poder capturar o carbono. Porém, só 4% dos investimentos climáticos vão para a agricultura. E, para fazer uma transformação dessa, pelos nossos cálculos, é preciso algo em torno de US$300 bilhões a US$350 bilhões”, indicou Tomazoni.
(Com informações da assessoria).