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Quinta-feira, 28 de março de 2024

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Seminário aponta projeções otimistas para a cabotagem no Brasil

O renascimento do setor portuário e o grande volume de investimentos das iniciativas privada e pública colocam a cabotagem, hoje, em um novo patamar entre as matrizes de transporte do país. Se a navegação entre portos na costa e vias fluviais brasileiras corresponde a 9,6%, até 2021 essa fatia deve saltar para 30%, segundo a expectativa de Fábio Siquerino, diretor comercial da Log In, citando projeções do governo.

Esse e outros dados otimistas sobre a cabotagem no Brasil foram apresentados nesta quinta-feira (18) durante o seminário “Vantagens da Cabotagem” promovido pelo Tecon Salvador, terminal de contêineres operado pelo grupo Wilson Sons, com o apoio da Companhia das Docas do Estado da Bahia (Codeba).

O evento apresentou a visão e experiência em cabotagem dos principais armadores do país – Monsanto, Log-In Logística e Intermodal, Aliança e Maestra Navegação – além da análise do Instituto de Logística e Supply Chain (ILOS). Compuseram a mesa de debates Carlos Costa, Secretário da Indústria Naval e Portuária da Bahia, Mauro Guimarães, superintendente geral do Comitê Fomento Industrial de Camaçari (Cofic) e José Rebouças, diretor presidente da Codeba.

Diversos fatores explicam o potencial de crescimento da cabotagem, entre eles a tendência de maior utilização de contêineres no meio naval, a expansão da intermodalidade e investimentos em berços ou portos exclusivos para a cabotagem. “Nós acreditávamos que o berço de atracação exclusivo à cabotagem era algo de médio prazo, porém estamos vendo esforços no curto prazo para reduzir a competição por espaço entre navios de longo e pequeno curso”, afirma João Guilherme Araujo, diretor de desenvolvimento de negócios do Instituto ILOS.

Essa tendência é registrada no próprio Tecon Salvador. Com as obras de expansão, que serão concluídas ainda neste ano, um dos cais do terminal, o de Ligação, será destinado quase que exclusivamente à cabotagem. “O aumento da participação da cabotagem no terminal é irreversível. Se no ano passado ela representou 35% da movimentação do Tecon, só no primeiro semestre esse número foi para 40%. Com a ampliação, esse crescimento será ainda maior”, destaca Demir Lourenço Jr, diretor do Tecon Salvador.

Sustentável – Além de ser um modal, em média, 10% mais econômico que o rodoviário, segundo dados do Ilos, os participantes do seminário também chamaram atenção para os benefícios socioambientais da cabotagem. “O modal emite quase quatro vezes menos gás carbônico que o rodoviário, além de ter uma eficiência energética 25% maior, comparativamente”, aponta Leandro Oliveira, gerente da Maestra Navegação e Logística. Para ele, cabotagem e transporte rodoviário não devem competir, mas sim serem complementares para movimentações de pequeno, médio e longo percurso.

Gustavo Costa, gerente de cabotagem da Aliança, destaca que a sustentabilidade do modal também está, por exemplo, na geração de empregos e melhoria das condições de saúde e segurança. “As vantagens não se restringem a questões de meio ambiente, mas também a fatores econômicos e sociais. A cabotagem gera muito mais empregos na cadeia, colabora com a retirada de caminhões nas estradas e melhora a qualidade de vida do capital humano envolvido”, aponta.
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