Olhar Agro & Negócios

Sábado, 20 de abril de 2024

Notícias | Agronegócio

Contra pragas

Por conta do clima, vazio sanitário do algodão começa mais tarde e vai até novembro

03 Out 2012 - 10:54

Especial para o Agro Olhar - Thalita Araújo

Foto: Thalita Araújo

Algodoeiro

Algodoeiro

Por conta de um período de chuvas mais extenso esse ano, a colheita das safrinhas de algodão acabou por terminar mais tarde e, o vazio sanitário da cultura, que costuma ter início no dia 15 de setembro, foi prorrogado e começou na última segunda-feira (1), a pedido da Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (Ampa).

O período estende-se até 30 de novembro. “O objetivo do vazio sanitário é proibir a continuidade do cultivo do algodoeiro por um determinado período do ano para evitar/diminuir a sobrevivência de pragas e doenças na entressafra da cultura”, explica o pesquisador Rafael Galbieri, do Departamento de Fitopatologia do Instituto Mato-grossense do Algodão (IMAmt).

Plantas de algodoeiro, involuntárias ou não, devem ser obrigatoriamente eliminadas das áreas de cultivo, seja por meios mecânicos (com implementos específicos de destruição de soqueiras e plantas) ou químicos (herbicidas não seletivos). Nesse período, o cultivo de novas lavouras é proibido.

“A adoção do vazio sanitário é benéfica para o produtor de algodão, pois as pragas (insetos e/ou ácaros) que possam vir a se alimentar das plantas tigueras (involuntárias) e/ou de estruturas reprodutivas, como botões florais, na entressafra, não terão abrigo e/ou alimento disponíveis nesse período, contribuindo para a redução populacional das mesmas na safra seguinte (quebra de ciclos continuados de gerações das pragas). Isso favorece a diminuição da frequência de infestações nas lavouras nas safras subsequentes, e, consequentemente, reflete na redução de custos com controle”, afirma o pesquisador entomologista Miguel Soria, do IMAmt.

Ele alerta que se a destruição de soqueira não for bem feita o cultivo do algodão pode ser inviabilizado, uma vez que contribuirá para o aumento da população de pragas ao longo das safras até um nível populacional em que o controle se torna ineficiente e economicamente inviável.

As principais pragas do algodoeiro

Segundo Soria, a principal espécie de inseto-praga desfavorecida pelo vazio sanitário é o bicudo-do-algodoeiro (Anthonomus grandis). “O bicudo é a principal razão para que o vazio seja adotado, uma vez que é a espécie de praga de maior importância econômica para a cultura do algodoeiro, já que seus danos podem resultar em até 100% de perda”, explica o entomologista.

Outras pragas que são desfavorecidas pela adoção do vazio sanitário são a broca-da-raiz (Eutinobothrus brasiliensis), broca-da-haste (Conotrachelus denieri), pulgão-do-algodoeiro (Aphis gossypii), mosca-branca (Bemisia tabaci biótipo B), ácaro-rajado (Tetranychus urticae), cochonilhas (Pseudococcidae), lagarta-das-maçãs (Heliothis virescens) e lagarta-falsa-medideira (Pseudoplusia includens).

A adoção do vazio sanitário, acrescenta o fitopatologista Rafael Galbieri, é importante também para evitar a permanência de plantas com vírus nas lavouras, como a doença azul e a virose atípica, que caso não sejam eliminadas, servirão como fonte de inóculo para a safra seguinte, aumentando consideravelmente suas incidências. O mesmo raciocínio deve ser aplicado para doenças causadas por fungos e bactérias como a mancha de ramulária, ramulose e mancha angular do algodoeiro. Com informações da assessoria.
Entre em nossa comunidade do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui

Comentários no Facebook

Sitevip Internet