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Quinta-feira, 28 de março de 2024

Notícias | Economia

Coca-Cola comprará resina "verde" no Brasil

A Coca-Cola e a empresa indiana JBF Industries lançam hoje em Araraquara, no
interior de São Paulo, a pedra fundamental de uma fábrica da resina BioMeg,
utilizada na produção da "plantbottle", garrafa PET reciclável de origem
vegetal. Atualmente, existe apenas uma fábrica do tipo, na Índia,
responsável por fornecer a resina para a Coca-Cola em todo o mundo,
inclusive para o Brasil. A unidade, que será construída pela JBF, deverá
começar a operar em 2015 e terá capacidade de produzir até 440 mil toneladas
da resina por ano. A Coca-Cola se comprometeu a adquirir a totalidade da
produção nos três primeiros anos de operação.

O investimento na unidade brasileira não foi revelado, mas ficará todo por
conta da indiana JBF, empresa fundada em 1982 e que possui fábricas no país
asiático e em Cingapura. A companhia produz, entre outros, fibras e fios de
poliéster e resinas para garrafas PET. Além da Coca-Cola, a empresa também
vende a resina "sustentável" para a fabricante de ketchup Heinz.

O vice-presidente de comunicação e sustentabilidade da Coca-Cola Brasil,
Marco Simões, diz que cerca de 20% da produção da nova fábrica serão
destinados ao Brasil, enquanto o restante irá para as Américas e a Europa. A
unidade da JBF na Índia ficará responsável por fornecer o insumo para os
países orientais.

Produzida a partir do etanol, a resina vegetal BioMeg compõe 30% do material
das garrafas "plantbottle" de 2 litros de Coca-Cola e por todas as garrafas
da água sem gás Crystal vendidas no país. Desde 2010 já foram vendidas 600
milhões de unidades desse tipo de garrafa no Brasil. Os 70% restantes do
material são compostos pelo ácido teraftálico (PTA), que se junta com o
BioMeg para formar a resina PET. A tecnologia de uso do etanol para a
formação do BioMeg é utilizada pela Coca-Cola desde 2010. Até então, o
monoetilenoglicol (MEG) utilizado nas garrafas PET tinha origem apenas
petroquímica.

A decisão de instalar a fábrica no Brasil é logística, para atendimento dos
mercados das Américas e da Europa, diz Simões. Contou pontos a favor do
Estado de São Paulo, a cadeia de produtores e de logística para o etanol.
"Uma das vantagens é que se cria uma rede de suprimentos diferenciada,
deixamos de depender tanto do petróleo para contar com a indústria do
etanol", disse o executivo. "Araraquara foi escolhida por ter uma cadeia de
suprimentos já montada".

A meta da Coca-Cola Brasil é que todas as garrafas PET vendidas no país
tenham o BioMeg em sua composição até 2017. Atualmente, segundo a companhia,
mais de 10 bilhões de garrafas desse tipo já foram vendidas no mundo, e não
há diferença de custos entre a "plantbottle" e as garrafas de PET feitas com
o MEG petroquímico. "Mas quando o petróleo sobe, você passa a ter uma
vantagem competitiva".

A expectativa, no entanto, é que o custo final da nova garrafa com resina
produzida no Brasil seja menor que o da garrafa feita com resina importada
da Índia, mas, para a gigante dos refrigerantes, essa diferença ainda não
pode ser mensurada. Segundo a Coca-Cola, é possível que o preço final tenha
diferença, principalmente porque não haverá custo de importação nem frete.

O Brasil é o quarto maior mercado da Coca-Cola em volume de vendas, depois
de Estados Unidos, México e China. Em 2011, a empresa vendeu 10,7 bilhões de
litros de seus produtos no Brasil, 1% a mais que em 2010.
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