Enquanto o sonho da ferrovia não se concretiza, a projeção menos longa de redução do custo do frete para os produtos de Mato Grosso desde a porteira da fazenda até os portos do Oceano Atlântico é a conclusão das BRs 163 até Santarém (PA), 364 até o Acre, e 158 até o Pará. A projeção foi apresentada durante o ‘Seminário O Futuro da Logística: Perspectivas e Cenários’, que prevê economia de até 25% no custeio do frete somente com a conclusão das rodovias - encurtando caminhos,
O debate foi promovido pela Comissão de Infraestrutura do Senado, em parceria com a Comissão de Infraestrutura Urbana de Transportes da Assembleia Legislativa de Mato Grosso.
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Responsável por trazer a discussão para o auditório Milton Figueiredo, no Edifício Dante de Oliveira, o senador mato-grossense Wellington Fagundes (PR) avaliou que, embora os trilhos sejam essencial, não se pode abrir mão das alternativas rodoviárias e, também, da rotas hidroviárias. Ele lembrou que o Ministério dos Transportes assina, nesta terça-feira (9), a ordem de serviço para que o Exército Brasileiro conclua a pavimentação asfáltica da BR-163, no trecho do Pará.
“Como o Exércio não precisa fazer licitação, é ordem de serviço direto. O Exército Brasileiro tem uma tradição, na BR-163, que construiu grande parte desde a época do coronel [José] Meirelles”, recordou Fagundes, que, depois, foi prefeito de Cuiabá. “Somos campeões em producao de soja, de milho, 58% do algodão e campeão de produção de carnes. Em Mato Grosso, a cada um real, multiplica-se para o Brasil, principalmente na produção de alimentos”, destacou o senador pelo PR.
Anfitrião do evento, o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Eduardo Botelho (PSB), enfatizou a necessidade de investimentos para a infraestrutura e atração de indústria, em Mato Grosso. “Para um Estado mais forte é preciso intensificar o setor industrial. Para isso, a logística é fundamental. Nosso estado por ser muito grande sofre muito com essa questão, pois o escoamento depende da logística”, ponderou ele.
“Essa discussão e as ordens de serviços firmadas hoje são medidas necessárias para diminuir o custo dos nossos produtos”, afirmou o presidente, ao chamar a atenção sobre a importância de se fiscalizar a qualidade dos serviços executados. Botelho citou obras nas proximidades de Jangada, que já apresentam problemas e, mesmo assim, há cobrança de pedágio.
O diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), Valter Casimiro Silveira, disse que a proposta de investimentos no arco norte pretende valorizar as BRs 364, 163, 155, 158. Ele ressaltou que, atualmente, 80% da produção do país vai para o Sudeste e Sul nos Portos de Paranaguá, Santos e do Rio Grande e que a intenção é a de possibilitar que parte da carga de Mato Grosso vá para o Norte, dando condições de competitividade no mercado internacional.
“O movimento pró-logística tem negociado com o Canal do Panamá a redução dos custos para que facilite ainda mais o escoamento pela região norte. O DNIT vem desenvolvendo ações para concluir a pavimentação da BR-163 e duplicar o trecho que está faltando, assim como das BR 364, 158 e 155”, afirmou Casimiro Silveira.
Da mesma forma, o deputado federal Fabio Garcia reforçou maior competitividade para Mato Grosso e listou o trabalho que a bancada vem realizando. “No primeiro ano do mandato a bancada destinou emendas impositivas para a pavimentação asfáltica da BR-174. Além de contribuir nas discussões dos orçamentos para que parte dos recursos federais sejam destinados aos órgãos que financiam o setor de infraestrutura de Mato Grosso, como Dnit e Ministério dos Transportes. Também atuamos na questão de logística aeroportuária para que a concessão do Aeroporto Marechal Rondon seja feito em conjunto com os aeroportos do interior”, complementou Fábio Garcia.
Durante o evento, em parceria com o Ministério dos Transportes, foram emitidas ordens de serviço para construção de oito pontes ao longo da BR-242, no trecho entre Nova Ubiratã e Querência, na região do Vale do Araguaia. Também o lançamento das obras de duplicação da BR-163, no trecho entre Cuiabá e Serra de São Vicente.