O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) retomará os estudos para liberação de recursos de financiamento de longo prazo para a continuidade das obras de duplicação da BR-163 em Mato Grosso no trecho sob responsabilidade da concessionária Rota do Oeste que hoje encontram-se paradas. Segundo o novo presidente do banco, Paulo Rabello de Castro, a conclusão da BR-163 "é um compromisso nacional".
A notícia de que o BNDES irá priorizar os estudos de liberação de financiamento de longo prazo para serem investidos na duplicação da BR-163 em Mato Grosso foi dada nesta quarta-feira, 07 de junho, pelo presidente da instituição financeira ao senador Wellington Fagundes (PR-MT), durante reunião.
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De acordo com Castro, a conclusão da duplicação na rodovia federal em Mato Grosso "é "o" compromisso do Brasil. Como presidente do BNDES, essa é uma questão que vamos tratar com toda a diligência possível. A pedido do senador Wellington Fagundes vamos priorizar esse assunto".
O empréstimo pelo BNDES foi um compromisso firmado pelo Governo Federal na época do leilão para concessão da rodovia em 2013. A Concessão compreende uma extensão de 850 quilômetros entre a divisa com o Mato Grosso do Sul até Sinop. Deste total em torno de 450 quilômetros ficaram a cargo da Rota do Oeste para a realização da duplicação, enquanto o restante sob a responsabilidade do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT).
Durante a reunião com o presidente do BNDES, o senador Wellington Fagundes destacou que os trabalhos da Concessionária Rota do Oeste avançaram em um percentual acima do que havia sido determinado no cronograma e instalou as praças de pedágios. O senador ainda salientou que sem o financiamento pelo BNDES as obras de duplicação acabaram sendo paralisadas.
Ainda segundo informações do senador, o empréstimo de longo prazo, na ordem de R$ 1,4 bilhão, chegou a ser aprovado pelo banco, mas nunca liberado. Fagundes destaca ainda que concessórias com a CCR, que venceu a licitação para duplicar a BR-163 no Estado de Mato Grosso do Sul, também está com as obras paralisadas por falta de financiamentos via BNDES.
"A duplicação dessa rodovia era um grande sonho do povo de Mato Grosso. Seja pela questão do desenvolvimento por causa da expressiva produção de grãos, seja pela quantidade de veículos pesados que usam a BR para escoamento da produção – o que gera muitos acidentes frontais. Vivemos hoje esse risco que é um pesadelo", salientou Fagundes.
A concessão da BR-163 prevê investimentos de R$ 6,8 bilhões ao longo dos 30 anos, sendo R$ 3,9 bilhões aplicados nos cinco primeiros anos.
R$ 1,7 bi investidos
Conforme a concessionária Rota do Oeste, desde que a mesma assumiu a concessão em 2014 foram investidos R$ 1,7 bilhão no trecho sob sua responsabilidade de um total de R$ 6,8 bilhões que deverão ser injetados na rodovia federal em 30 anos.
Parte do montante já investido custeou a duplicação de 117,6 quilômetros na BR-163 em Mato Grosso, da divisa com Mato Grosso do Sul a Rondonópolis, entregue em março de 2016. A Concessionária tem ainda a responsabilidade de duplicar o segmento da rodovia dos Imigrantes (BR-070), na região de Cuiabá e Várzea Grande, e o trecho de Posto Gil (Diamantino) a Sinop, no Norte de Mato Grosso.
Além disso, desde 2016 um canteiro de obras está posicionado na região de Diamantino (km 539 da BR-163) aguardando "a liberação do financiamento de longo prazo pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para que se iniciem prontamente as obras de duplicação do trecho norte da BR-163, de Posto Gil a Sinop. Esse recurso proveniente do Governo Federal é essencial para a realização das obras de duplicação nesse segmento, por se tratar de uma obra de alto custo, como as obras de engenharia rodoviária de grande porte", disse a Rota do Oeste ao Agro Olhar.
A Rota do Oeste afirma ainda que "Enquanto aguarda o financiamento do BNDES para as obras de duplicação, a Concessionária permanece realizando os serviços operacionais nos 850,9 km de concessão e as manutenções necessárias nos trechos sob sua responsabilidade, como reparos sobre o pavimento, roçada e limpeza da faixa de domínio, manutenção da sinalização e de travessias urbanas. Devido à deterioração acelerada da pista após o período intenso de chuvas e de escoamento da safra, nesta semana, a empresa iniciou mais uma frente de obras para recuperação da BR-364, para contemplar os 108 quilômetros de Várzea Grande a Rosário Oeste. Ainda este mês, será concluído um projeto para dar início em outra frente de obras no trecho norte da BR-163. No trecho duplicado ao Sul do Estado, também realizamos manutenção constantemente".
Atualizada às 13h47