O samba enredo Imperatriz Leopoldinense voltou a ser contestado e desta vez no Senado Federal. O senador mato-grossense Cidinho Santos (PR-MT) rebateu a escola de samba na tribuna mostrando que o agronegócio representa 23% do PIB do Brasil e 48% das exportações totais do país.

Cidinho utilizou a tribuna na quinta-feira, 09 de fevereiro, com dados que mostram a importância do agronegócio para a economia brasileira. O senador apresentou ainda que os avanços do setor tem permitido o aumento da produtividade aliado com a preservação do meio ambiente.

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A escola Imperatriz Leopoldinense em 2017 homenageia no Carnaval a região do Parque Nacional do Xingu e tem como tema "Xingu - O clamor que vem da Floresta".

O samba enredo é de composição de Moisés Santiago, Adriano Ganso, Jorge do Finge e Aldir Senna. Nele os indígenas são exaltados como os guardiões da floresta e que o "jardim sagrado" foi descoberto pelo "caraíba" que hoje "sangra o coração do meu Brasil".

Com alas chamadas de "Fazendeiros e Seus Agrotóxicos" e "Pragas e Doenças", além de em determinado trecho do samba enredo chamar os produtores de "belo monstro", a escola de samba trouxe "revolta" em meio ao setor produtivo e industrial mato-grossense e brasileiro. Na avaliação de produtores, entidades e da indústria brasileira de máquinas, a atitude da escola de samba é considerada como um "desserviço" e "irresponsável" ao "tratar o agronegócio como culpado por eventuais mazelas vividas pelos indígenas". Setor produtivo lembra que 61% da área de Mato Grosso é preservada.

"Dados do Ministério da Agricultura e Pecuária mostram que os ganhos de produtividade entre 1976 e 2015 pouparam mais de 150 milhões de hectares de desmatamento no Brasil. Saímos de uma produção de 1,4 tonelada por hectare nos anos 70 para uma produtividade de 4,5 toneladas por hectare. Ou seja, produzimos mais, sem a necessidade de ampliar as áreas desmatadas", pontuou o senador Cidinho Santos na tribuna.

O parlamentar mato-grossense ainda apresentou dados da produção de energia sustentável, onde mostrou que os 31 bilhões de litros produzidos de etanol representam 29% da oferta de bioenergia produzida no país.

"Como mato-grossense, eu louvo a iniciativa de homenagear os povos do Xingu, nossos irmãos, mas para isso, não é necessária essa ofensa à agricultura e pecuária do Brasil. Temos que divulgar que somos um país sustentável, com regras sanitárias invejáveis, legislação trabalhista que respeita o trabalhador, de forma a ampliar mercados, gerando emprego e renda para o nosso país", concluiu o senador.