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Sexta-feira, 29 de março de 2024

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Quatro dias

Caminhoneiros seguem com bloqueio em Rondonópolis; tradings não se manifestaram

Foto: Roberto Pessoa/Sindicam

Caminhoneiros seguem com bloqueio em Rondonópolis; tradings não se manifestaram
A manifestação dos caminhoneiros graneleiros em Rondonópolis segue pelo quarto dia e sem uma posição de negociação por parte das tradings. Quatro pontos do município (entrada e saída) foram “fechados” pela categoria. Postos e garagens encontram-se lotados de caminhões.

Um dos bloqueios, segundo informações da Concessionária Rota do Oeste, ocorrem na BR-163 saída de Rondonópolis para o Mato Grosso do Sul no Km 119, onde uma faixa de cada sentido (sul e norte) da pista duplicada está fechada.

Outros três bloqueios são registrados na BR-364 nos Km 201 (sentido sul), Km 206 (sentido sul) e km 210 (sentido norte).

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De acordo com os caminhoneiros e empresários do transporte, apenas caminhões de carga graneleira não estão passando. Os motoristas estão sendo orientados a pararem em postos de combustíveis e/ou ficarem nas garagens das transportadoras. Os demais tipos de veículos estão transitando normalmente.

A paralisação é por melhores valores de frete, que hoje não, segundo a categoria, não remunera o setor.

O movimento visa chamar a atenção das tradings para uma conversa e assim chegar-se a um valor que atenda a categoria, enquanto o projeto de lei 528/2015 não é aprovado e sancionado.

Como o Agro Olhar já comentou, hoje cerca de 50% do custo do transporte de cargas é com combustível.

Ao Agro Olhar na última sexta-feira, 13 de janeiro, o empresário e representante do Movimento dos Transportadores de Grãos (MTG), Gilson Baitaca, afirmou que "Esperamos que eles (tradings) venham negociar com a gente para que possamos iniciar os trabalhos dessa safra que é uma safra recorde. A exploração continua, desde 2015, aproveitando-se da frota disponível que tem no país. Além de caminhões de Mato Grosso, vem caminhões de outros Estados para cá. Nós queremos estabelecer um valor para trabalhar. Nós queremos ter a oportunidade de sentar na mesa e negociar. Nós vamos negociar o frete e não mais eles ditar de forma arbitrária como eles querem tabelando o frete. Não vamos mais aceitar isso".

Somente em soja são previstas 30,4 milhões de toneladas em Mato Grosso, além de 25 milhões de toneladas de milho 2ª safra, totalizando entre as duas principais culturas do Estado um volume de 55 milhões de toneladas.

Crise

O setor do transporte de cargas, principalmente de grãos, vem passando por uma crise há três anos aproximadamente, tendo o seu “enterro do segmento” com a quebra da safra 2015/2016, onde somente entre soja e milho foram quase 9 milhões de toneladas a menos produzidas .

Em 2015, como acompanhado pelo Agro Olhar, os caminhoneiros em Mato Grosso chegaram entre os meses de fevereiro e março a bloquear as principais rotas de escoamento da produção de grãos. Em todo o país foram realizados manifestos em prol de melhores condições de trabalho e um frete que cubra os custos de produção.

O projeto de lei 528/2015 foi criado após as paralisações realizadas no primeiro semestre de 2015, aonde em Mato Grosso todas as principais rotas de escoamento da produção agropecuária com destino aos portos chegaram a ficar bloqueadas. O texto visa o estabelecimento de uma tabela de preço mínimo para o frete, que hoje não cobre os custos de operação do setor de transporte de cargas.
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