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Quinta-feira, 28 de março de 2024

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BOI VERDE

Certificação de sustentabilidade permite alcançar novos mercados e parcerias, afirma diretor das Fazendas São Marcelo

Foto: Viviane Petroli/Agro Olhar

Certificação de sustentabilidade permite alcançar novos mercados e parcerias, afirma diretor das Fazendas São Marcelo
Além de atestar a qualidade, a certificação de sustentabilidade serve como argumento na hora de vender a carne, principalmente para alcançar novos mercados. A afirmação é do diretor geral do Grupo JD, proprietário das Fazendas São Marcelo em Mato Grosso, Arnaldo Eijsink. O grupo pecuário é o primeiro no mundo a obter o "Rainforest Alliance Certified", um selo internacional que atesta que a carne é produto proveniente de uma pecuária sustentável, ou seja, boi verde.

As Fazendas São Marcelo, localizadas em Tangará da Serra e Juruena, são hoje fornecedoras de carne para a rede de supermercados Carrefour e para a rede de restaurantes Outback no Brasil.

Em 2012, o Grupo JD obteve nas Fazendas São Marcelo o selo "Rainforest Alliance Certified" atestando a realização de uma produção bovina sustentável. Apesar disso, o primeiro produto gerado após a certificação foi o couro, que foi utilizado pela marca Gucci no lançamento de uma linha de bolsas de couro ecológico brasileiro. Somente em 2013 a primeira linha de carne com o selo "Rainforest Alliance Certified" foi produzida.

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O diretor geral do Grupo JD, Arnaldo Eijsink, explica que a decisão em implantar o sistema de produção utilizado foi para a busca de sustentabilidade. Para o grupo a sustentabilidade é como se fosse um tripé que envolve o lado econômico, o bem-estar social do animal e o meio ambiente.

Para conquistar o carimbo inédito para uma propriedade bovina no Mundo foi preciso atender a cerca de 130 critérios ambientais e sociais. Entre eles, a fazenda precisou assegurar que a vida dos animais era rastreada desde o nascimento até o abate, além de que praticava as normas de bem-estar animal e que não realizou nenhum desmatamento ilegal.

“Para que você consiga ser uma empresa completa você precisa inovar e buscar tecnologia, que vai desde a melhora do pasto e da produção do alimento do animal, até a genética. As duas coisas juntas (tecnologia e genética) funcionam muito bem”, pontua Eijsink.

Na sexta-feira, 26 de agosto, representantes do Grupo Carrefour, entre eles o diretor geral adjunto do Grupo Carrefour, Jérôme Bédier, visitaram a propriedade da Fazendas São Marcelo localizada em Tangará da Serra. A reportagem do Agro Olhar acompanhou o grupo na visita.

(Foto: Viviane Petroli/Agro Olhar)

A propriedade é uma das fornecedoras de carne bovina para o grupo francês no Brasil, que lançou na quinta-feira, 25, a sua Plataforma de Pecuária Sustentável.

A parceria entre o Carrefour e o Grupo JD, segundo o diretor de sustentabilidade da rede de supermercados, Paulo Pianez, é antiga. Ele explica que as Fazendas São Marcelo pertenceram ao Carrefour até 2007. O nome JD é em decorrência a família de Jacques Defforey, um dos fundadores do Carrefour na década de 1960. "Tínhamos, então, esse vínculo umbilical. Eles se anteciparam ao criar sua própria plataforma de produção sustentável. Foi uma coincidência".

Segundo Paulo Pianez, o trabalho desenvolvido nas Fazendas São Marcelo prova que é possível produzir de maneira diferente e assim movimentar o mercado. "Quando eu vou conversar com outro produtor ou outro frigorífico e eles começam que “isso não dá” na verdade o que a gente quer mostrar que é possível. Então, isso funciona também como um estimulador para que melhores práticas sejam implantadas no futuro".

Conforme Arnaldo Eijsink, a parceria com o Carrefour é importante, visto a sua presença mundial ser forte. "Ela aprovando o nosso método de criação, conhecimento e sustentabilidade nos permite usar isso como argumento para que outros possam comprar a nossa carne".

Trabalho de 15 anos

Os resultados obtidos hoje nas Fazendas São Marcelo, conforme diretor geral do Grupo JD, Arnaldo Eijsink, são resultados de trabalhos desenvolvidos há cerca de 15 anos, o que mostra que tecnologia e genética "funcionam muito bem" juntas.

Arnaldo Eijsink explica que o trabalho desenvolvido há cerca de 15 anos em um programa genético possibilita a prenhez das novilhas com 14 meses de idades, enquanto a média brasileira é de 27 anos. "Então, nós ganhamos um ciclo, ou seja, um bezerra a mais por vaca. Hoje, 70% das nossas fêmeas está prenha com 14 meses de idade. Essa precocidade também existe nos machos no sentido dos mesmos estarem prontos para o abate com idade entre 18 e 20 meses. O ano passado nós fizemos uma média de 20,1 arrobas por animal abatido. Isso no nelore".
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