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Quinta-feira, 28 de março de 2024

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Granjas de suínos começam a fechar em Mato Grosso diante crise do setor

Foto: Rogério Florentino Pereira/Olhar Direto

Segundo o diretor da Acrismat, Custódio Rodrigues,  a situação é constatada em Mato Grosso e demais estados

Segundo o diretor da Acrismat, Custódio Rodrigues, a situação é constatada em Mato Grosso e demais estados

Em crise há cerca de um ano, a suinocultura em Mato Grosso começa a registrar o fechamento de granjas comerciais. O encerramento da atividade no Estado só não é pior que na região Sul do Brasil, visto o preço do milho ser aproximadamente R$ 16 menor em Mato Grosso em relação ao Rio Grande do Sul, por exemplo. Suinocultores buscam junto do governo federal medidas emergências, como o Empréstimos do Governo Federal (EGF).

Hoje, a suinocultura em Mato Grosso gera 3.505 empregos diretos e 10.515 indiretos, de acordo com a Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat). Ao todo são 416 granjas comerciais espalhadas em 33.678 propriedades cadastradas no Estado. Dados fornecidos pela Acrismat mostram que Mato Grosso possui 140.200 matrizes para um rebanho de 2.513.061 cabeças.

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Hoje, a saca de 60 quilos de milho em Mato Grosso está em média de R$ 27,49, montante superior aos R$ 44,44 verificados no Rio Grande do Sul e a média nacional de R$ 41,02.

O diretor executivo da Acrismat, Custódio Rodrigues, comenta que o setor da suinocultura está em crise a cerca de um ano. "Esta questão do milho já tinha sido anunciada há muito tempo. Os preços estão altos, o mercado está horrível, granjas no Sul do Brasil estão fechando e aqui em Mato Grosso suinocultores também começam a encerrar as atividades, mesmo com o nosso milho mais barato que o do Sul. A notícia que recebi é que uma granja de 30 anos em Campo Verde, com cerca de 600 matrizes, está fechando".

A situação é ainda mais preocupante, afirma Custódio, diante a quebra na produção de milho. Segundo dados da Companhia Nacional do Abastecimento (Conab), a produção de milho 2ª safra em Mato Grosso tende a ficar em 15,657 milhões de toneladas. O volume é 22,9% menor que as 20,305 milhões de toneladas colhidas na safra passada.

O diretor da Acrismat revela que a entidade está conversando com a Associação nacional e de outros Estados para que providencias sejam tomadas. "Não vislumbramos coisa boa. Muitos pequenos produtores irão fechar e nós precisamos pleitear junto ao Governo Federal EGF momentaneamente. A tendência é piorar a situação e não estamos tendo respostas por parte do Governo".

Questionado sobre aquisição de milho futuro com entrega "estipulada", semelhante ao verificado com os contratos de exportações, Custódio afirma que seria fundamental para o setor. "Porém, desde que o Governo coloque crédito a altura daquilo que o produtor tenha condições de pagar".

Outro ponto que agrava o setor, além do custo com o milho e falta de incentivos por parte do Governo Federal, é a retração do consumo, visto a situação do país. "O consumo da carne suína caiu muito, tanto é que está sobrando carne nos frigoríficos, a ponta não vende e isso reflete no produtor também".
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