As propriedades medicinais da própolis produzida pelas abelhas têm despertado interesse cada vez maior de cientistas e consumidores do mundo inteiro. Algumas variedades são consideradas mais valiosas. Esse é o caso da própolis verde, elaborada a partir do alecrim do campo. Em Minas Gerais, produtores ganham dinheiro com a exportação do produto.
O criador Francisco Braz de Oliveira é um dos produtores de Formiga, no centro-oeste mineiro, que trabalham para aumentar a produção. “Eu tenho 160 colmeias e pretendo chegar a 300 colmeias em cerca de um ano e meio”, diz.
A própolis, resina natural que a abelha usa para proteger as colmeias, é a razão da pressa do produtor. O motivo de tanto otimismo está no exterior. Nos cinco primeiros meses deste ano as exportações da própolis verde com selo de origem de Minas Gerais movimentaram cerca de US$ 1,5 milhão. O valor não foi maior porque faltou produto no estado.
Por muito tempo, o alecrim do campo foi considerado uma praga nas pastagens. Mas na ultima década a planta de porte médio e cheiro doce se tornou a matéria prima mais desejada pelos apicultores. Produtores de 130 municípios mineiros terão acesso ao selo de origem. Com isso, poderão agregar maior valor ao produtor.
“A denominação de origem busca uniformizar, tipificar e atender aos padrões de qualidade que estão cada vez mais restritos no mercado internacional”, diz Valdênia Gomes, fiscal agropecuária.
O criador Josué Bueno Arantes gastou R$ 120 mil para construir a indústria. Depois de avaliar e aprovar 500 itens o Ministério da Agricultura concedeu o registro, uma das exigências do mercado internacional. A criadora Ângela Rosa Arantes, a mulher de Josué, coordena a produção. Ela já recebeu a visita de cinco missões de japoneses e chineses. Doze 12 funcionários trabalham na indústria. Depois de aprovada, a própolis é embalada em sacos de cinco quilos.
Na maioria dos países importadores de própolis verde, o produtor é usado como suplemento alimentar e na prevenção de diversos tipos de doenças. Segundo a federação e a cooperativa nacional de apicultura, sediada em Nova Lima, o frasco de extrato de própolis de 30 mililitros, vendido no Brasil entre R$ 7 e R$ 8, pode ser comercializado por US$ 15 no mercado internacional.